Empresas angolanas na FILDA
25 de julho de 2017Empresas angolanas e de dez países estrangeiros, num total de 225 expositores, marcam presença entre 26 e 30 de julho na Feira Internacional de Luanda (FILDA), que regressa em 2017 num formato mais reduzido, após vários adiamentos.
Segundo Bruno Albernaz, presidente do conselho de administração da Eventos Arena, empresa promotora da 33.ª edição da FILDA e escolhida há pouco mais de um mês para a organização, cerca de 70% dos expositores representam empresas angolanas.
"É uma boa surpresa, para já para a conjuntura e para o momento que o país está a viver. É um número que nos surpreende e que nos enche de alguma forma de satisfação, pelo facto de termos trabalhado a realização deste evento em tão pouco e mesmo assim tivemos uma grande resposta, não só das empresas angolanas, mas também de alguns empresários estrangeiros", sublinhou Bruno Albernaz, face à perspetiva inicial, de cerca de 200 empresas representadas.
Depois de sucessivos adiamentos, em 2016, a feira, a inaugurar pelo vice-Presidente da República, Manuel Vicente, na quarta-feira, vai agora acontecer na Baía de Luanda, distribuída por cinco tendas, totalizando uma área útil de 12.000 metros quadrados de exposição e promoção de negócios em Angola.
O lema é "diversificar a economia e potenciar a produção nacional"
A empresa Eventos Arena foi escolhida em junho para a organização pelo Ministério da Economia angolano, através do Instituto de Fomento Empresarial (IFE).
A comitiva portuguesa contará com 20 empresas, sendo por isso a mais representativa, entre as estrangeiras, seguida de expositores do Brasil, Suécia, África do Sul, Zâmbia, Índia e mais de uma dezena de empresários chineses, que participam individualmente.
"Temos o comércio, a indústria nacional, banca e serviços, e as máquinas e equipamentos, são as mais representadas", explicou Bruno Albernaz.
A feira já não será realizada no espaço onde em edições passadas, nos arredores do centro de Luanda, chegaram a estar presentes 1.000 expositores, distribuídos por uma área útil de 30.000 metros quadrados, e que está hoje em situação de abandono.
Esta edição terá como lema "Diversificar a economia e potenciar a produção nacional, visando uma Angola autossuficiente e exportadora", mas desde logo terá uma área de exposição menor e menos expositores.
Sucessivos adiamentos
A edição de 2016 da FILDA, prevista para julho e adiada depois para novembro devido à crise em Angola, acabou por não se realizar naquele ano, face à reduzida inscrição de expositores, conforme anunciou a administração da Feira Internacional de Luanda.
Na altura, numa nota enviado aos expositores e à qual a Lusa teve acesso, a 33.ª edição da feira foi oficialmente adiada para entre 18 e 23 de julho de 2017.
Estas datas foram novamente adiadas, em alguns dias, entrando a empresa Eventos Arena na promoção desta feira, numa altura em que era já equacionada a possibilidade de novo adiamento."Espera-se que as empresas participantes, em função da articulação que possam manter com as outras entidades, nacionais, regionais e internacionais, possam estabelecer potenciais parcerias", vaticinou anteriormente Dalva Ringote Allen, presidente do IFE.
Expositores não ocupam toda a área dos pavilhões
Angola é o maior produtor de petróleo em África, mas enfrenta desde final de 2014 uma grave crise económica, financeira e cambial - que condiciona nomeadamente as importações - decorrente da quebra na cotação internacional do barril de crude.
A informação oficial transmitida em 2016 pela FIL (empresa privada com capitais públicos angolanos que organiza as várias feiras em Luanda) referia que a 30 dias da sua realização, prevista para 17 a 20 de novembro, a FILDA 2016 contava com "apenas 206 expositores nacionais e estrangeiros".
Trata-se de uma redução de mais de 75% de inscrições face às 853 presenças da feira de 2015, que por si só já tinha registado na altura uma forte quebra.
Os expositores inscritos, prossegue o comunicado, permitiram ocupar apenas 7.721 metros quadrados, muito aquém da área de 28.000 metros quadrados e sete pavilhões de 2015.