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Alemanha lidera Missão Europeia no Mali

Cecilia Reible / Glória Sousa / DPA29 de julho de 2015

As Forças Armadas alemãs assumiram o controlo da Missão de Formação Europeia no Mali, esta terça-feira (28.07). Plano inclui treino sobre como lidar com armas, armazenar munições ou detectar armadilhas.

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Soldados alemães numa formação de militares malianos, em Koulikoro (2013)Foto: picture-alliance/dpa/Gambarini

A cerimónia de tomada de posse das Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr, em alemão) no comando da Missão de Formação Europeia no Mali (EUTM, na sigla em inglês), contou com a presença da ministra da Defesa alemã, esta terça-feira (28.07), em Bamako.

O brigadeiro-general alemão Franz Pfrengle está agora à frente da missão que conta com 600 soldados de 26 países. Atualmente, cerca de 160 soldados alemães já integram a missão de treinamento no sul do país, número que deverá chegar às duas centenas até meados de agosto. O objetivo da EUTM é tornar o exército maliano capaz de defender o próprio território, sem ajuda externa.

Ursula von der Leyen, ministra alemã da Defesa, acredita que a missão de formação trará mais estabilidade não apenas ao Mali, mas a toda a região da África Ocidental. "Nós sabemos que nada irá dissuadir as pessoas de embarcarem em perigosas viagens para a Europa, a não ser que tenham perspectivas no seu próprio país, que vejam um futuro aqui [no Mali] e que queiram ficar e contribuir para o desenvolvimento do país", declarou Von der Leyen durante o evento.

Desafios no terreno

Mali Besuch Bundesverteidigungsministerin Ursula von der Leyen
A ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen (à esq.), foi recebida pelo chefe da MINUSMA, Mongi Hamdi (à dir.), em BamakoFoto: picture-alliance/dpa/B.v. Jutrczenka

Perspectivas que não se vislumbram há muito tempo. O Mali enfrenta inúmeros problemas, como pobreza, falta de oportunidades e terrorismo. A situação agravou-se depois do golpe de Estado em 2012, com a rebelião de grupos tuaregues e islâmicos no norte do país. A operação militar internacional lançada em 2013 trouxe melhorias. Mas no norte, são ainda frequentes os combates entre o exército maliano e rebeldes.

Pouco antes da cerimónia de tomada de posse, Von der Leyen encontrou-se com representantes tuaregues para falar sobre o tráfico de armas e de drogas pelos grupos radicais islâmicos do qual dependem para financiar as suas atividades.

As esperanças de um futuro mais estável para o Mali estão depositadas no acordo para a reconciliação e paz assinado, no mês passado, entre o Governo e a Coordenação dos Movimentos de Azawad (CMA), que integra os principais grupos rebeldes do norte do Mali.

Von der Leyen advertiu que os terroristas tentarão perturbar o processo, considerando ser "ainda mais importante que o exército maliano se torne potente".

Muito trabalho pela frente

Tuareg Rebellen unterzeichnen Friedensabkommen in Bamako
O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita (à esq.), e o vice-presidente da Coordenação dos Movimentos de Azawad, Mahamadou Djery Maiga (à dir.), após a assinatura do acordo para a reconciliação e paz (junho de 2015)Foto: GettyImages/AFP/H. Kouyate

As Forças Armadas da Alemanha têm um mandato de 10 meses à frente da Missão de Formação e os oficiais alemães não acreditam que consigam deixar o Mali em breve, como afirma Markus Milde, oficial do exército alemão que participa na Missão Integrada da ONU para a Estabilização do Mali (MINUSMA).

"Temos falta de soldados que possam sair em patrulha. Estamos agora ocupados com a construção de casernas. Assim que esta etapa esteja terminada, dentro de algumas semanas ou mesmo meses, poderemos enviar mais soldados para o terreno", explica Milde.

Com base no norte do país, a MINUSMA foi lançada em 2013 e compreende uma força de 11 mil homens e mais mil e 500 polícias.

A missão europeia de treino começou em 2013. Desde então, a EUTM formou mais de cinco mil soldados malianos. O exército é composto de cerca de 35 mil soldados. Além disso, mais de 10 mil soldados das Nações Unidas e polícias de mais de 40 países estão distribuídos no país para a manutenção da paz no Mali. Desde abril de 2013, 42 capacetes azuis foram mortos e 166 feridos.

A combinação da MINUSMA com a Missão de Formação Europeia é um sinal de que o Ocidente tem um grande interesse na estabilidade do Mali e em tornar o país capaz de proteger a si próprio - mas ainda há um longo caminho pela frente.

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