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Mali mais perto da paz?

Philipp Sandner / Karina Gomes19 de junho de 2015

O grupo separatista tuaregue, que atua no norte do Mali, promete assinar neste sábado um acordo de paz com o governo do presidente Ibrahim Boubacar e outros movimentos rebeldes a fim de cessar o conflito interno no país.

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Symbolbild - Tuareg in Mali
Foto: picture-alliance/AP Photo//Rebecca Blackwell

O encontro ocorre após uma série de tentativas de negociação frustradas desde a grande rebelião tuaregue em 2012. Em maio deste ano, o Movimento Nacional de Libertação Azawad (MNLA), formado por insurgentes tuaregues, boicotou a assinatura de um acordo que prevê o reconhecimento do atual governo do Mali e a garantia de mais direitos a grupos que controlam territórios no norte do país.

Malianos estão mais confiantes

Em visita ao parlamento alemão, em Berlim, Oumarou Ag Mohamed Ibrahim, do Conselho Superior de Autoridades malianas, afirmou estar confiante, afirmando que o governo já estabeleceu o caminho a ser traçado. Movimentos, como o MNLA, também demonstraram interesse em continuar nessa direção e prometeram manter os compromissos.

Nesta semana, insurgentes tuaregues invadiram uma base militar na cidade Misséni, no sul do país, e mataram um agente da policia. A Minusma, a Missão das Nações Unidas no Mali, é alvo constante dos grupos rebeldes e acumula as maiores perdas de pessoal entre todas missões da ONU no mundo: desde 2013, 36 soldados foram mortos e mais de 200 sofreram ferimentos graves.

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Malianos não confiam muito nas tropas internacionais

Um estudo da fundação alemã Friedrich Ebert mostra que as tropas internacionais não gozam de boa reputação entre os malianos. Enquanto o exército do Mali ganhou a confiança da população, apenas um e cada três entrevistados acredita que a Minusma tenha cumprido o seu mandato. Segundo o oficial de programas da fundação, Abdourahmane Dicko, o povo acreditava que os rebeldes poderiam vencer de forma definitiva: "os malianos estão muito satisfeitos por vários grupos terem assinado o acordo de paz em maio, mas a maioria não conhece o conteúdo do documento. Por isso, é necessário fazer um trabalho educativo.

De acordo com a Fundação Friedrich Ebert, o Mali está perante desafios extremamente complexos. A atenção do governo às áreas rurais para conciliar os diferentes grupos étnicos é o principal deles. A expetativa é de que o acordo de paz seja um passo importante nessa direção. Resta apenas a assinatura do grupo tuaregue.

Karte Mali Seperationbewegung Azwad Deutsch
Mapa do Mali: o território "às riscas" é reivindicado pelos tuaregues do MNLAFoto: DW
Mali Bamako Unterzeichnung des Friedensabkommens
Já a 15 de maio tinha sido um acordo de paz, que não foi respeitado na íntegraFoto: imago/Xinhua