Acordo Israel-Hamas: Famílias de reféns celebram libertação
22 de novembro de 2023A principal associação israelita de famílias de reféns na Faixa de Gaza congratulou-se hoje com o acordo que permitirá uma libertação parcial dos detidos pelos grupos palestinianos.
"De momento, não sabemos exatamente quem será libertado e quando", declarou a associação num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Mesmo assim, declarou estar "muito satisfeita com o facto de estar em curso uma libertação parcial" de reféns.
"Isto dá-me esperança de que as minhas filhas regressem", disse Maayan Zin, 50 anos, mãe de duas crianças mantidas como reféns em Gaza. "Se não for na quinta ou na sexta-feira, será no domingo ou na segunda-feira. Isso dá-me esperança", acrescentou.
Do lado palestiniano, na Cisjordânia ocupada, Mohammed Ziyaadah, cuja irmã de 29 anos está na prisão, disse estar "muito feliz" com a sua esperada libertação.
"É uma alegria incomparável, esperamos a libertação de todos os prisioneiros".
Acordo humanitário
De acordo com a organização não-governamental (ONG) Clube dos Prisioneiros Palestinianos, cerca de sete mil palestinianos estão presos por Israel.
O acordo entre Israel e o grupo islamista palestiniano Hamas prevê a libertação de 50 reféns detidos na Faixa de Gaza, em troca de 150 prisioneiros palestinianos e de uma trégua de quatro dias no território.
Israel divulgou a lista de prisioneiros palestinianos que serão libertados.
Os cerca de 240 reféns foram raptados e levados para Gaza em 7 de outubro, quando o Hamas fez um ataque sem precedentes em solo israelita que causou mais de 1.200 mortos, segundo as autoridades. Em reação ao ataque terrorista, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, que o grupo islamista disse que já provocou mais de 14.100 mortos.
"Ainda há muito por fazer"
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou hoje o acordo entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns, mas considerou que "ainda há muito a fazer", disse o seu porta-voz.
Guterres "congratula-se com o acordo alcançado entre Israel e o Hamas, com a mediação do Qatar, apoiado pelo Egito e pelos Estados Unidos", afirmou o porta-voz numa breve declaração recebida em Genebra, Suíça.
"As Nações Unidas mobilizarão todas as suas capacidades para apoiar a aplicação do acordo e maximizar o seu impacto positivo na situação humanitária em Gaza", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.
O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também saudou o acordo, mas insistiu que "não é suficiente para pôr fim ao sofrimento dos civis".
O chefe da OMS apelou à libertação de todos os reféns e, entretanto, à prestação de cuidados aos que permanecem em cativeiro.
Insistiu também num cessar-fogo para poder ajudar efetivamente a população de Gaza a longo prazo e com toda a segurança.