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ConflitosIsrael

Israel aceita acordo com Hamas para libertação de reféns

DW (Deutsche Welle) | EFE | Lusa
22 de novembro de 2023

O Governo israelita aceitou, esta madrugada, um acordo com o Hamas para a libertação de reféns na Faixa de Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinianos e de uma trégua temporária de quatro dias.

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Familiares e amigos de reféns israelitas manifestaram-se na terça-feira à noite, em Telavive, pela libertação dos raptados
Familiares e amigos de reféns israelitas manifestaram-se na terça-feira à noite, em Telavive, pela libertação dos raptadosFoto: Ariel Schalit/AP Photo/picture alliance

O Governo israelita aprovou, na madrugada desta quarta-feira (22.11), um acordo com o Hamas que conduzirá à libertação de reféns israelitas.

De acordo com Israel, serão libertados 50 reféns israelitas raptados pelo grupo palestiniano Hamas durante os ataques de 7 de outubro.

Em troca, o Hamas declarou que Israel libertará 150 mulheres e crianças palestinianas detidas em prisões israelitas.

O acordo inclui igualmente um cessar-fogo de quatro dias. Israel também declarou que prolongaria o cessar-fogo por mais um dia por cada 10 reféns libertados pelo Hamas.

Todos os membros do executivo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, votaram a favor da troca e da trégua, exceto os três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), de extrema-direita, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.

Horas antes do anúncio, o Hamas já tinha avançado que a decisão estava "do lado de Israel", depois de o grupo ter comunicado a posição sobre o acordo aos mediadores do Qatar e do Egito.

Esta trégua surge após semanas de pressão crescente por parte da comunidade internacional e dos principais organismos internacionais, como as Nações Unidas, para pôr termo aos ataques incessantes, que também já causaram mais de 1,5 milhões deslocados.

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Os termos do acordo

Enquanto se aguardam os termos do acordo, que o Qatar deverá anunciar nas próximas horas, meios de comunicação israelitas adiantaram que o pacto deverá incluir a libertação de um mínimo de 50 reféns - na maioria crianças e as mães - com a possibilidade de o número poder ser alargado para 80.

O Hamas deverá levar os reféns para o Egito através da passagem de Rafah, em grupos diários de cerca de dez, e daí serão transferidos para Israel. 

Por seu lado, Israel deverá libertar cerca de 150 prisioneiros palestinianos, na maioria mulheres e menores, que não tenham sido condenados por crimes de sangue. 

De acordo com estimativas, o Hamas mantém entre 210 e 240 reféns, enquanto a Jihad Islâmica Palestina terá em cativeiro cerca de 30.

O exército também se compromete a não sobrevoar a Faixa de Gaza durante seis horas por dia, enquanto a trégua estiver em vigor, para permitir que o Hamas localize os reféns detidos por outros grupos armados, como a Jihad Islâmica.

A televisão pública israelita avançou que a cessação temporária das hostilidades terá início na quinta-feira (23.11), a fim de ser cumprido o prazo de 24 horas para a apresentação de eventuais recursos contra a decisão governamental junto do Supremo Tribunal.

"Guerra vai continuar"

Antes da reunião, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que aceitar o acordo foi "uma decisão difícil", mas "certa".

Mas advertiu que esta trégua não significa o fim da ofensiva, que já causou mais de 14 mil mortes, entre as quais mais de cinco mil crianças.

"Sejamos claros: estamos em guerra e vamos continuar a guerra. Vamos continuar a guerra até atingirmos todos os nossos objetivos: eliminar o Hamas, devolver todos os nossos reféns e pessoas desaparecidas e garantir que não há nenhum elemento em Gaza que ameace Israel", disse Netanyahu.

O Hamas também saudou o acordo, mas garantiu que a luta não terminou. "Confirmamos que as nossas mãos continuarão no gatilho e que os nossos batalhões triunfantes continuarão atentos", de acordo com um comunicado do grupo.

EUA, Rússia e Alemanha saúdam acordo

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mostrou-se "extraordinariamente satisfeito" com a possível libertação de reféns sequestrados em Israel e disse que a "maior prioridade" é garantir a segurança dos reféns norte-americanos. "Não vou parar até que todos sejam libertados", sublinhou Biden.

Num comunicado divulgado pela Casa Branca, o chefe de Estado norte-americano também elogiou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo seu "compromisso" com "uma pausa prolongada para garantir que este acordo possa ser plenamente executado e garantir o fornecimento de ajuda humanitária adicional para aliviar o sofrimento das famílias palestinianas inocentes em Gaza".

Também Moscovo demonstrou satisfação pelo acordo, resultado da mediação do Egito, dos EUA e do Qatar. "É exatamente aquilo a que a Rússia apelou desde o início da escalada do conflito", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakarova.

A Alemanha também saudou o "avanço" que deve ser utilizado para fazer chegar a "ajuda vital" aos habitantes.

"A libertação anunciada de um primeiro grupo de reféns é um passo em frente, mesmo que nada no mundo possa apagar o seu sofrimento. A trégua humanitária deve ser utilizada para levar ajuda vital à população de Gaza", declarou a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock.

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