Áustria confirma demolição da casa natal de Hitler
17 de outubro de 2016A decisão sobre o que fazer com a casa natal de Adolf Hitler está tomada, segundo publica nesta segunda-feira (17/10) o site do jornal austríaco Die Presse. Em entrevista exclusiva ao diário, o ministro do Interior da Áustria, Wolfgang Sobotka, confirmou que a casa na pequena cidade de Braunau am Inn será demolida.
"A casa de Hitler será demolida. A fundação do porão pode permanecer, mas um novo edifício será construído. A casa então será repassada à prefeitura, que lhe dará uma utilidade oficial ou de caridade", disse Sobotka ao Die Presse.
O ministro afirmou que tomou a decisão com base na recomendação de uma comissão de 13 especialistas. O projeto agora precisa passar pelo Parlamento para ser oficializado, o que deve ser mera formalidade - ampla maioria dos legisladores apoia a demolição.
A votação deve ser nesta terça. Ela é necessária porque a casa foi tombada pelo patrimônio histórico, e a expropriação e a indenização da proprietária precisam ser aprovadas por meio de uma lei federal.
Em setembro, Sobotka já havia defendido a demolição do prédio com a argumentação de impedir o turismo de neonazistas, que viajam até a Áustria para tirar fotografias em frente à casa. Ele alegou que o local tem valor simbólico para os movimentos extremistas. "É importante quebrar essa simbologia por meio de um uso adequado", disse.
O Estado alugou a casa natal de Hitler em 1972. Durante anos, uma oficina para deficientes funcionou no local. Como a proprietária se recusou a fazer reformas no prédio, ele está vazio desde 2011.
A casa – na qual o líder nazista viveu o seu primeiro ano de vida – faz parte do centro histórico de Braunau am Inn e foi tombada pelo patrimônio histórico em 1993, o que torna o debate sobre o destino do local ainda mais complicado.
Pessoas contrárias à demolição argumentam que derrubar a casa não vai apagar o passado e defendem que o local seja transformado num centro de conscientização sobre os riscos do extremismo.
O prefeito da cidade, Johannes Waidbacher, também defende o que chamou de uso sócio-educativo do local. "Queremos um uso historicamente correto da casa de Hitler." Ele disse que não há como apagar o fato de que o ditador nasceu no prédio.
PV/AS/dpa/afp/ots