Vários países cortam verba de agência da ONU para palestinos
Publicado 27 de janeiro de 2024Última atualização 27 de janeiro de 2024Reino Unido, Itália e Finlândia se tornaram neste sábado (27/01) os mais recentes países a suspenderem o financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) após acusações de que seus funcionários estiveram envolvidos nos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro.
Estados Unidos, Austrália e Canadá já haviam suspendido o financiamento da agência depois que Israel disse que 12 funcionários da UNRWA estiveram envolvidos no ataque transfronteiriço. A agência demitiu a abriu uma investigação sobre vários de seus funcionários.
Criada para ajudar os refugiados da guerra de 1948 na época da fundação de Israel, a UNRWA oferece serviços de educação, saúde e assistência aos palestinos em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano.
A instituição ajuda cerca de dois terços dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza e desempenhou um papel fundamental de ajuda durante a atual guerra.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse que estava suspendendo temporariamente o financiamento da UNRWA enquanto as acusações eram analisadas e observou que Londres condenou os ataques de 7 de outubro como terrorismo "hediondo".
"O governo italiano suspendeu o financiamento da UNRWA após o atroz ataque a Israel em 7 de outubro", disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, na plataforma de mídia social X.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, disse estar "profundamente preocupada" com as acusações contra a UNRWA. "Estamos conversando com parceiros e suspenderemos temporariamente o desembolso de fundos recentes", escreveu ela na plataforma de mídia social X.
"Saudamos a resposta imediata da UNRWA, incluindo a rescisão de contratos e o início de uma investigação, bem como seu recente anúncio de uma investigação completa sobre as alegações contra a organização", acrescentou.
"Trabalho para salvar vidas"
Wong destacou, entretanto, o "trabalho vital para salvar vidas" da UNRWA, acrescentando que a agência "fornece serviços essenciais em Gaza diretamente àqueles que deles necessitam, com mais de 1,4 milhão de palestinos atualmente abrigados nas suas instalações”.
O ministro do Desenvolvimento Internacional do Canadá, Ahmed Hussen, anunciou na sexta-feira que Ottawa "vai suspender temporariamente qualquer financiamento adicional à UNRWA enquanto realiza uma investigação completa sobre essas alegações".
"O Canadá está levando esses relatos extremamente a sério e está em contato estreito com a UNRWA e outros doadores para tratar dessa questão", escreveu ele no X. "Se as acusações se mostrarem corretas, o Canadá espera que a UNRWA aja imediatamente contra aqueles que estiverem envolvidos nos ataques terroristas do Hamas".
Demissão e investigação de funcionários
As medidas foram tomadas depois que os Estados Unidos suspenderam seu financiamento à UNRWA na sexta-feira, dizendo que as alegações eram contra 12 funcionários que "podem ter estado envolvidos" no ataque do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza.
A UNRWA disse na sexta-feira que demitiu vários funcionários acusados por Israel de envolvimento no ataque de 7 de outubro.
O chefe da agência, Philippe Lazzarini, prometeu responsabilizar, inclusive através de processo criminal, qualquer funcionário da UNRWA que se descubra estar envolvido em "atos de terror".
O chefe da ONU, António Guterres, prometeu conduzir uma "revisão independente urgente e abrangente da UNRWA".
md (Reuters, AFP, EFE, DPA, AP)