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Violência marca debate sobre reforma na Argentina

19 de dezembro de 2017

Congresso retoma discussão sobre projeto de Macri em meio ao caos causado por confrontos entre manifestantes e policiais. Violência deixa mais de cem feridos. Central sindical inicia paralisação de 24 horas.

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Manifestantes entraram em confronto com policiais durante protesto em Buenos Aires
Manifestantes entraram em confronto com policiais durante protesto em Buenos AiresFoto: Reuters/M. Acosta

Uma greve geral e protestos violentos marcaram nesta segunda-feira (18/12) a retomada do debate sobre a controversa reforma da previdência no Congresso argentino, em Buenos Aires. Apesar de pedidos da oposição para suspender a sessão devido ao caos que tomou conta da praça em frente à sede do Legislativo, o debate foi mantido.

Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Congresso para protestar contra a reforma. Os confrontos começaram pouco antes do início da sessão parlamentar. Manifestantes jogaram pedras contra a polícia, que respondeu com balas de borracha e gás lacrimogêneo. A violência se agravou depois de que alguns manifestantes começaram a atirar rojões, queimar objetos e a fazer barricadas com as grades que cercam o Congresso.

A situação chegou a tal ponto que, apesar da determinação de que caberia somente à polícia de Buenos Aires – que responde ao governo local – a realização da operação segurança em torno do Congresso, decidiu-se pela intervenção de agentes da Polícia Federal e da Gendarmeria, uma força de natureza militar que responde diretamente ao Executivo nacional.

Manifestantes entraram em confronto com policiais durante protesto em Buenos Aires
Mais de cem pessoas ficaram feridasFoto: Reuters/M. Acosta

Mais de cem pessoas ficaram feridas, sendo ao menos 48 policiais. Entre os feridos há também aposentados e jornalistas. Os feridos tiveram traumatismos diversos, inclusive oculares e de crânio, e precisaram ser levados a um centro médico, afirmaram fontes do Ministério de Justiça e Segurança da cidade. A polícia deteve ainda cerca de 60 pessoas.

"Não temos ninguém para nos defender. Na minha idade, venho aqui para defender minhas contribuições de 30 anos", afirmou a aposentada Cristina Sanmero, de 70 anos, que participou do protesto.

Além da manifestação, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), o maior sindicato argentino, deu início no meio dia desta segunda-feira a uma greve geral de 24 horas. A paralisação levou ao cancelamento de centenas de voos em Buenos Aires e nos principais aeroportos do país. A ação atingirá ainda o sistema de transporte público da capital argentina.

A Argentina enfrenta uma onda de protestos contra a reforma da previdência há semanas. Na última quinta-feira, os manifestantes conseguiram interromper a votação do projeto.

O principal ponto da controversa reforma previdenciária do presidente Mauricio Macri, já aprovada pelo Senado, é a mudança na maneira como são calculados os aumentos das receitas de pensão.

Enquanto a atual lei estabelece um ajuste semestral com base numa mistura entre a arrecadação da Seguridade Social e a variação salarial, o mecanismo que o governo propõe determina que esse ajuste será trimestral e calculado entre a inflação e os aumentos de salários. Críticos afirmam que a reforma reduzirá os pagamentos de pensões, bem como a ajuda para algumas famílias pobres.

CN/efe/ap

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