Viena: "Áustria não é sala de espera para asilo na Alemanha"
1 de março de 2016Apesar de críticas da Alemanha aos recentes limites diários para entradas de migrantes e pedidos de asilo impostos por Viena, o chanceler federal da Áustria, Werner Faymann, garantiu nesta terça-feira (01/03) que o governo austríaco irá manter sua política de refugiados.
"Se a solução europeia não funcionar, não será uma saída conduzir todos [os refugiados] à Áustria e fazer da Áustria uma sala de espera para a Alemanha. Vamos nos opor fortemente a isso", disse Faymann. Caso contrário, simplesmente haveria um deslocamento dos migrantes para a Áustria a partir dos ineficientes centros de acolhimento das fronteiras europeias, argumentou o chanceler federal austríaco.
Faymann não poupou críticas à Alemanha. "Quem é a favor e recebe refugiados, como fazem os nossos vizinhos alemães, tem a opção de acolher os refugiados diretamente a partir dos centros de redistribuição", disse o chefe de governo.
O chanceler federal enviou, assim, à líder alemã, Angela Merkel, a mensagem clara de que a Áustria manterá firmemente sua posição de aprovar no máximo 37.500 pedidos de asilo neste ano.
Uma solução europeia continua sendo o principal objetivo político, ponderou Faymann. "Mas um Plano B, que faria da Áustria a sala de espera da União Europeia (UE), não pode ser a meta", disse.
Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa da Áustria, Hans Peter Doskozil, afirmou que Alemanha e UE são em parte responsáveis pela situação na fronteira entre Grécia e Macedônia. O caos migratório na região é um retrato da impotência da UE, segundo o ministro.
"A Alemanha é corresponsável e prolonga esse desamparo." Doskozil afirmou não esperar que se chegue rapidamente a uma solução europeia comum para a crise migratória.
Em relação aos recentes conflitos entre policiais e refugiados na fronteira entre Grécia e Macedônia, a ministra do Interior da Áustira, Johanna Mikl-Leitner, disse que "não é aceitável que os refugiados tentem cruzar a fronteira à força".
PV/dpa/rtr