Vida e preservação da Amazônia às margens do Tapajós
A Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, é a primeira no Brasil a ser explorada de forma sustentável por comunidades tradicionais. É dali que sai o sustento de indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
Moradores da Floresta Nacional do Tapajós
A unidade de conservação Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no Pará, foi criada em 1974 e abrange uma área de 5.270 quilômetros quadrados. Cerca de mil famílias de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas convivem com a floresta, coletam sementes, pescam e recebem visitantes do mundo inteiro que buscam estar próximos da natureza.
A floresta é da comunidade
A Flona Tapajós foi a primeira no país a ser explorada de forma sustentável por comunidades tradicionais. O manejo florestal é feito desde 2005 e permite a retirada de no máximo quatro árvores por hectare. Coleta de sementes e óleo, como o da copaíba, mostrada na foto, ajudam a compor a renda das famílias.
Madeira de origem certificada
A madeira retirada da Flona Tapajós é certificada pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês). O trabalho é feito por 300 associados da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflora). No galpão, construído com recursos do Fundo Amazônia e da cooperação alemã, são fabricados armários, bancos, portas, janelas e peças de design.
Novo biocentro
As sementes de andiroba armazenadas foram coletadas por extrativistas da Floresta Nacional do Tapajós, Pará. Elas serão processadas e se transformarão em óleo no recém-construído Ecocentro, uma central multiprocessadora de produtos retirados da floresta. A unidade foi construída com recursos do Fundo Amazônia.
Quintal amazônico
Na comunidade Jamaraquá, na Flona Tapajós, Donildo Lopes dos Santos extrai o látex da seringueira que cresceu perto de sua casa. Ele remove uma pequena parte da casca e cria as chamadas "estradas de seringa", por onde escorre a seiva. Na parte mais baixa do tronco, um pote plástico recolhe o líquido, que mais tarde é transformado em borracha.
Biojoias da Amazônia
O látex retirado do quintal e transformado em borracha vira arte nas mãos de Lurdes Melo dos Santos. A artesã faz parte de um grupo de mulheres da comunidade Jamaraquá que fabricam biojoias desde 2004. Sementes de diversas espécies de árvores, como morototó, compõem as peças expostas e vendidas na loja comunitária local. As mulheres testam alternativas para encontrar mais compradores.
Suraras, as guerreiras
A Associação Suraras do Tapajós foi fundada em 2016 para valorizar as mulheres indígenas e ribeirinhas dessa região da Amazônia. Elas produzem e comercializam artesanato, roupas com estampas etnográficas e comidas tradicionais. Também exibem seus saberes e cultura no carimbó, ritmo típico paraense, em letras escritas pelas suraras – termo que significa “guerreira” na língua dos indígenas borari.
Tempo de borboletas
As pequenas borboletas amarelas se exibem na beira do rio quando as águas começam a baixar, anunciando a chegada do verão amazônico. Elas estão à procura de minerais para a reprodução. O fenômeno sazonal acontece em quase toda a região. Quando as borboletas surgem em grande quantidade e mais cedo, significa que o verão será intenso, dizem os moradores às margens do Tapajós.