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Primeiras críticas

28 de outubro de 2009

Antes de apresentar seu programa de governo ao Parlamento, premiê reeleita visitará a França e os EUA. Oposição fala em "expressão de arrogância".

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Júbilo no ParlamentoFoto: AP

Nesta quarta-feira (28/10), a democrata-cristã Angela Merkel foi reeleita como chefe de governo da Alemanha. Os deputados do Bundestag (câmara baixa do Parlamento) lhe concederam 323 votos, o que corresponde a 52,8% do total dos 612 votos entregues em procedimento sigiloso. Houve quatro abstenções.

O 17º parlamento federal alemão terá 622 deputados, dos quais 332 pertencem à coligação governamental conservadora cristã-liberal (CDU/CSU/-FDP). Isso significa que pelo menos nove dos deputados das alas do novo governo negaram seu voto a Merkel.

Apoio relativo

Ela é a primeira chanceler federal na história da República Federal da Alemanha (RFA) a governar com diferentes parceiros de coalizão. O Partido Liberal Democrático (FDP) retorna ao poder após 11 anos, tendo Guido Westerwelle como vice-chanceler federal e ministro das Relações Exteriores.

O primeiro a cumprimentar a premiê pela vitória foi o antecessor de Westerwelle e concorrente de Merkel nas eleições de setembro, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier. Quatro anos atrás, quando a União Democrata Cristã (CDU) de Merkel formou coalizão com o Partido Social Democrata (SPD), a líder conservadora contou com ainda menos apoio das próprias alas: 51 votos a menos do que no presente sufrágio.

Tanto o FDP como certos deputados dentro da própria CDU querem colocar a seguridade social de pernas para o ar. Merkel precisará domar tais forças. Embora ela mesma já tenha acreditado, certa vez, nesse tipo de reforma, no meio tempo aprendeu quão perigosos podem lhe ser os temores que tais planos despertam.

Viagens criticadas

Em seguida à sua eleição, no Palácio Bellevue, Merkel recebeu das mãos do presidente federal, Horst Köhler, seu diploma de posse, e prestou juramento, juntamente com os futuros ministros. À tarde assumiu o cargo e à noite já partia para a primeira viagem internacional de seu segundo mandato, para encontrar o presidente francês Nicolas Sarkozy em Paris.

Na segunda e terça-feira, uma segunda viagem consta de sua agenda: a Washington, onde a líder democrata-cristã encontrará o presidente Barack Obama e falará diante do Congresso norte-americano. Até hoje, o único premiê alemão que teve esta honra foi Konrad Adenauer, em 1957.

A apresentação das metas do novo governo diante do Parlamento está programada para 10 de novembro. "Acho isso um mau sinal", comentou Steinmeier. "A mim, interessaria mais saber como ela pretende tirar o país da crise. Teria sido melhor se se tivesse disposto a prestar contas ao Parlamento." Para o social-democrata, foi um mau começo o fato de nove representantes da CDU/CSU-FDP lhe terem negado o voto. "A opinião pública vai formar sua própria opinião sobre isso", sentenciou.

"Expressão de arrogância"

A chefe de bancada parlamentar verde, Renate Künast, expressou-se de maneira semelhante. Em sua opinião, é uma afronta a chanceler federal "sair viajando pelo mundo", em vez de apresentar sua futura política de governo ao Bundestag.

Jürgen Trittin, que partilha o cargo com Künast, acrescentou que o comportamento de Merkel é "vergonhoso" e "expressão de arrogância".

O chefe da bancada democrata-cristã Volker Kauder disse não aceitar tais críticas. "Ainda hoje, na primeira sessão do gabinete, vamos dar partida ao processo que nos abrirá o caminho para o crescimento."

Autor: Marcus Bölz (av)
Revisão: Roselaine Wandscheer