Universidade Livre de Berlim é referência em Ciências Humanas
4 de março de 2013Berlim está na moda. Jovens e artistas do mundo inteiro vêm morar na capital da Alemanha. A metrópole ferve. A cidade tem uma vantagem em relação a Londres, Paris ou Nova York: o custo de vida ainda é relativamente baixo, um ponto positivo também para estudantes.
A Universidade Livre de Berlim (em alemão, FU Berlin) tem 28.500 mil alunos e 17% deles vêm de outros países. Entre os doutorandos, essa cota chega a 23%. Pode-se escolher entre 150 cursos. O famoso hospital universitário Charité, administrado pela FU e pela Universidade Humboldt, é a maior faculdade de Medicina da Europa.
Cursos fora do comum
Desde 2007, a Universidade Livre de Berlim possui o título de excelência, e em 2012 conseguiu defendê-lo. A instituição é referência principalmente na área de Ciências Humanas e está no topo dos rankings.
As pesquisas estão concentradas no Centro de Humanidades de Dahlem. Sua particularidade são cursos fora do comum, como Estudos Árabes e Estudos Semitas.
O Centro de Estudos Regionais reúne as pesquisas em Ciências Regionais da América Latina, América do Norte, Leste Europeu, Leste Asiático, Oriente Médio e de alguns países europeus. Além disso, o Instituto Otto Suhr é um dos mais renomados na área de Ciências Políticas da Europa.
Bem conectada
Criteriosamente, a FU usou e usará os recursos da iniciativa de excelência no seu conceito futuro: um projeto internacional de formação de parcerias, o chamado Universidade de Rede Internacional. A ideia simples e efetiva convenceu o júri do título de excelência.
Com o conceito futuro, a universidade pretende melhorar a qualidade das cooperações internacionais com outras universidades. Os jovens pesquisadores também são beneficiados com isso. Com o recurso extra, serão ampliados programas de incentivo para a nova geração de cientistas.
Em diferentes áreas, como estudos regionais e nanociências, a avaliação dos projetos de pesquisa e o seu desenvolvimento estão sendo preparados. A interface da cooperação internacional são os sete escritórios da instituição no exterior: em São Paulo, Bruxelas, Cairo, Nova Déli, Nova York, Moscou e Pequim.
A liberdade é essencial
A internacionalização da Universidade Livre de Berlim começou cedo e está diretamente ligada a sua história. A FU foi fundada em 4 de dezembro de 1948. Na época, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, Berlim foi dividida entre os Aliados em quatro setores.
A respeitada Universidade Humboldt, fundada em 1810, estava localizada no setor soviético. Assim, estudantes e pesquisadores fundaram a nova universidade, com o apoio dos Aliados norte-americanos e de políticos de Berlim Ocidental.
O fato de Berlim Ocidental ter sido uma ilha dentro do lado comunista da Alemanha dividida, fez com que a instituição procurasse parcerias na República Federal da Alemanha, na Europa e no mundo inteiro. E isso é importante até hoje: no momento, a FU possui mais de 150 cooperações com instituições de pesquisa do mundo inteiro.
A número 1 entre as Ciências Humanas
A FU é uma referência para pesquisadores internacionais. Uma enquete realizada pela Fundação Humboldt em 2012 relevou que a FU é a preferida por pesquisadores estrangeiros, deixando para trás a conceituada Universidade Ludwig Maximilian de Munique.
"Veritas – Justitia – Libertas", ou seja, "Verdade, Justiça e Liberdade" são os valores que regem a instituição. Em 1968, a universidade foi um dos palcos do movimento estudantil, que lutou por mais democracia, igualdade e abertura.
Até hoje, a universidade concede um prêmio para a liberdade a defensores desses princípios de direito. Um dos agraciados foi o arcebispo sul-africano e ganhador do prêmio Nobel da paz, Desmond Tutu.
Jovem universidade com rica tradição
O campus da FU está localizado numa área verde de Berlim, no bairro Dahlem. O campus é composto por grupos de prédios, todos acessíveis a pé. Seus construtores se orientaram nos modelos de campus norte-americano, uma novidade na Alemanha pós-guerra.
O prédio da antiga Sociedade Kaiser Wilhelm, mais tarde Sociedade Max Planck, onde Albert Einstein, Max Planck e Werner Heisenberg pesquisaram, pertence hoje ao complexo da FU.
Desde 2005, os berlinenses se orgulham da nova biblioteca filológica, que apelidaram "cérebro berlinense". Aqui, estudantes podem ler pesquisar e sonhar com o futuro, seguindo os passos de Albert Einstein.
A biblioteca foi projetada pelo famoso arquiteto Norman Foster, o mesmo que construiu a cúpula de vidro no Parlamento alemão.
Tema amanhã: Universidade Humboldt de Berlim
Autora: Suzanne Cords (cn)
Revisão: Roselaine Wandscheer