Universidade de Heidelberg
15 de dezembro de 2011Já passa das 18 horas, mas na cantina da Universidade de Heidelberg a movimentação ainda é intensa. Jovens de diferentes faculdades encontram-se no coração do centro histórico da cidade. Fundada em 1386, a instituição de ensino mais antiga da Alemanha fez da turística Heidelberg, famosa por seu castelo, também uma típica localidade universitária, repleta de bares e cafés.
"Eu acho a cidade muito bonita", diz a chinesa Luo Jan, em cujo país de origem a Universidade de Heidelberg é bastante reconhecida. "A ponte antiga, a rua principal e também meu quarto em um antigo quartel norte-americano", cita. A estudante de Economia de 23 anos também gosta da localização da cantina, em um armazém do século 16.
Quando inaugurada, dois séculos antes, a universidade oferecia inicialmente apenas três possibilidades de estudos: Teologia, Direito e Filosofia. Ao longo de seus 625 anos, a instituição cresceu, criou as faculdades de Medicina e de Ciências Naturais e abriu as portas das salas de aula para as mulheres. Hoje, com cursos nas mais importantes áreas científicas, Heidelberg é considerada uma instituição de ensino superior completa.
"Heidelberg construiu nos últimos anos sua imagem como uma das melhores faculdades de História da Alemanha", diz Daniel Jütte, que completou a graduação e o doutorado na universidade. O historiador de 27 anos passou parte de seus estudos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e observou que a universidade no sudoeste alemão é muito popular e apreciada pelos norte-americanos. "Heidelberg é uma referência, e também a longa tradição da universidade é conhecida", diz Jütte.
Sucesso com a Iniciativa de Excelência
Em 2007, a Universidade de Heidelberg saiu-se muito bem na Iniciativa de Excelência (Exzellenzinitiative, em alemão) – uma espécie de competição em que universidades podem pleitear financiamento para pesquisa científica. Desde então, a instituição é considerada uma das nove "top universidades" da Alemanha. Mas, para o reitor, Bernhard Eitel, isso não é motivo de distinção.
"Permitimos ser chamados universidade de elite, mas nós mesmo somos um pouco mais modestos", diz. Segundo Eitel, a universidade tem cientistas brilhantes e uma infraestrutura excelente e trabalha em estreita colaboração com instituições parceiras não acadêmicas. "Tudo isso resulta em um ambiente em que Heidelberg certamente é excelente", considera.
Apesar do sucesso e da boa reputação em pesquisa, a universidade não escapou de escândalos de plágio. Recentemente, a política alemã e parlamentar europeia Silvana Koch-Mehrin teve de devolver seu título de doutora por Heidelberg, pois havia copiado parte de sua dissertação.
Para o reitor Eitel, não há uma receita de patentes para impedir os estudantes de falsificar e fraudar. "Não se pode descartar tal possibilidade", diz. "É possível somente tomar providências para conscientizar todos os estudantes e professores de que má condutas do tipo podem ocorrer e são punidas."
Combinação de elementos novos e antigos
De olho nos próximos anos, o reitor da Universidade de Heidelberg tem um foco principal: o financiamento insuficiente das instituições de ensino superior alemãs. "Elas ainda podem ter tantos excelentes e brilhantes cientistas. É preciso dinheiro para investir em pesquisa e ensino", constata. "E as universidades alemãs como um todo não são financiadas como deveriam." Em 2012, haverá uma nova Iniciativa de Excelência. Para obter financiamentos adicionais, Heidelberg precisará afirmar-se novamente frente a nove concorrentes.
Mas isso não costuma preocupar os estudantes, como a chinesa Luo Jan. O que importa é o fato de se sentir bem em Heidelberg. "Aqui há tanto elementos antigos como novas iniciativas e muitos estudantes jovens", diz. O cinema universitário e as discotecas contribuem para a vida agitada da cidade, que tanto agrada a Jan e a seus quase 30 mil colegas de Heidelberg, dos quais um quinto são estrangeiros.
Autora: Anne Allmeling (lpf)
Revisão: Roselaine Wandscheer