Uniformes olímpicos são motivo de piada nas redes sociais
5 de agosto de 2016A sexta-feira (05/08) é o grande dia: no Maracanã, no Rio de Janeiro, transcorre a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2016. Nesse dia, é justo ver o grande estádio, com sua capacidade para quase 80 mil espectadores, como a maior passarela do mundo, onde centenas de atletas de ambos os sexos desfilarão de traje esportivo de gala.
Muitas equipes nacionais há anos se colocam nas mãos dos grandes figurinistas e grifes, como Ralph Lauren, Giorgio Armani, Stella McCartney ou Lacoste. Estes brilham não só nos uniformes prático-esportivos, mas também com modelos chiques, elegantes e, em parte, tradicionais, desenhados especialmente para as festas de abertura e encerramento.
Enquanto alguns países já apresentaram publicamente as roupas de seus competidores, outras, como a Itália ou a França, até o momento só tornaram públicos os seus uniformes esportivos, deixando como surpresa os designs da grande cerimônia inicial.
De borracha Pelikan a caixa de pizza
Quando a passarela olímpica é tão grande quanto o estádio do Maracanã, não é fácil criar um traje satisfatório. Os estilistas do Irã estão sendo duramente criticados nas redes sociais: ninguém entendeu muito bem qual foi a ideia deles. Devido a suas cores, o design original lembrava, antes, as borrachas de apagar azul-marrons da firma Pelikan, apontou um tweet.
Outro usuário usou uma fotocolagem para provar que nem mesmo o casal americano de atores Brad Pitt e Angelina Jolie conseguiria fazer boa figura em tais panos.
Os figurinistas levaram as críticas a sério e voltaram para as máquinas de costura. O resultado foi um uniforme moderno, com as cores da bandeira nacional iraniana. Os críticos da rede não deram trégua: agora eles estavam parecendo aquelas caixas de papelão para pizza.
EUA ou Rússia?
Nos Estados Unidos, as queixas são contra os modelos projetados por Ralph Lauren, que desde 2008 é o figurinista oficial dos atletas olímpicos americanos. A alegação é que as camisetas listradas de branco, azul e vermelho lembrariam a bandeira russa.
No Twitter e Facebook, reina a perplexidade e confusão: como é que a bandeira russa foi parar nos uniformes americanos? "Acho que perdemos a notícia de que agora somos russos", tuitou um.
Ao lado dos comentários negativos, houve também boas reações do lado russo, encarando com humor a semelhança involuntária. "Quem fez esse uniforme? Será que vocês estão apoiando secretamente os atletas russos? A gente não se importa nem um pouco!", postou uma usuária no Facebook.
Zika, folclore e batatas fritas
Na Geórgia, as roupas olímpicas provocaram um debate político: elas seriam conservadoras demais, não refletindo, de forma alguma, a sociedade moderna. Feministas atacaram as folclóricas saias longas que as participantes portarão na sexta-feira.
As intenções do estilista Samoseli Pirveli certamente não foram más, porém mais de 6 mil georgianos já assinaram uma petição online contra o traje criado para a Rio 2016. Trata-se da tradicional chokha georgiana, que voltou a entrar na moda após a queda da União Soviética – segundo Pirveli, aqui numa versão moderna.
Alguns brincam, afirmando que os trajes serão bons para se proteger dos mosquitos transmissores do zika. Porém há quem se preocupe seriamente que o uniforme de gala possa prejudicar a reputação do país, perguntando se o autor não seria o grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI).
Assim como a maioria dos países, a China tentou vestir sua equipe olímpica nas cores nacionais. E o que se critica na rede não são as calças e saias brancas, nem os lenços coloridos. Mesmo o estilo "aeromoça retro" foi aceito. O problema são os blazers vermelhos e amarelos.
"Como ovos estrelados e tomates", comparou alguém. Outros – lembrando um gosto culinário bem alemão e belga – pensam em batatinhas fritas com mostarda e ketchup. Enfim: os trajes parecem evocar tudo, menos a exuberante palheta patriótica chinesa de púrpura e ouro.