1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

União Européia exige fim da violência no Sudão

(ms)26 de julho de 2004

Reunidos em Bruxelas, os ministros do Exterior da União Européia exigiram que o governo do Sudão tome medidas para acabar com o conflito na região de Darfur. Do contrário, a UE ameaça impôr sanções contra o país.

https://p.dw.com/p/5MDa
Joschka Fischer (d) e seu colega de pasta, o holandês Bernard Bot, participaram da reunião em BruxelasFoto: dpa

Caso o governo do Sudão não acabe imediatamente com o conflito na região de Darfur, a União Européia ameaça tomar "medidas apropriadas" contra o país. A decisão, tomada em encontro dos 25 ministros do Exterior da UE em Bruxelas, nesta segunda-feira (26/07), é uma resposta à indiferença das autoridades sudanesas.

A ameaça de imposição de severas sanções é uma conseqüência drástica, mas também a única medida de maior pressão no momento. Há semanas, a comunidade internacional exige que o governo em Cartum dê fim ao massacre que milícias árabes estão cometendo contra grupos de negros africanos.

De acordo com as Nações Unidas, milhares de pessoas já foram mortas e cerca de um milhão, expulsas da região. Um documento divulgado pela ONG de ajuda humanitária Human Rights Watch revelou inclusive que o governo do Sudão estaria envolvido nos ataques prestando apoio aos árabes.

Obrigação a cumprir

Após encontro com seus colegas de pasta, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, que recentemente esteve no Sudão, acentuou que "o governo sudanês tem uma obrigação a cumprir". Ele destacou ainda a importância de uma coesão da comunidade internacional, incluindo a UE, Estados Unidos e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, para pressionar o Sudão.

Javier Solana, futuro ministro do Exterior da União Européia, reiterou a necessidade de agir logo, acrescentando que "o risco de uma catástrofe ainda maior na região é grande". O ministro do Exterior da Holanda, Ben Bot, também fez um apelo ao governo do Sudão para que dê início o quanto antes ao desarmamento das milícias.

Palavras doces e acusações

O presidente do Sudão, Omar al-Baschir, revelou em entrevista à emissora de rádio inglesa BBC que seu governo está disposto a cooperar com a União Africana e a comunidade internacional. Ele disse ainda estar convencido de que o problema pode ser solucionado através de um "diálogo construtivo".

Außenminister Sudan Mustafa Osman Ismail
Ministro do Exterior do Sudão, Mustafa Ismail OsmanFoto: AP

Já seu ministro do Exterior, Mustafa Osman Ismail, adota uma postura menos amigável. Ele discorda de que a dramática situação em Darfur seja decorrência de um conflito entre etnias árabes e negras. "O problema se concentra entre etnias de agricultores e nômades", declarou ao jornal belga De Standaard.

Ismail afirmou também que "o que está acontecendo por lá não é nenhum genocídio" e atribuiu à campanha presidencial americana a propagação internacional de fatos que, garantiu, não são verídicos.

Em Nairóbi, capital do Quênia, o porta-voz das Nações Unidas no Sudão, Ben Parker, declarou que a organização estima que o número de mortos em decorrência do conflito na região de Darfur já tenha ultrapassado os 50 mil.