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Mina de Merkers

13 de junho de 2009

Parece absurdo viajar em vagão de carga centenas de metros abaixo da superfície do solo. Em Merkers, na Turíngia, isso é possível. O "parque de diversões" já foi mina de potássio e esconderijo do ouro nazista.

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Antiga mina tem sala de concertos abaixo da terraFoto: picture alliance/dpa

Quando se sai da cabine do elevador da mina, com macacão, capacete e lâmpada de mineiro, após um minuto e meio de descida, logo se nota a temperatura de verão. Com 400 a 800 metros de profundidade, as galerias de sal de potássio são bem mais profundas do que a maioria das cavernas e minas na Alemanha. Nessa profundidade, a temperatura é superior a 20°C durante todo o ano.

Labirinto imenso e sala de concertos subterrânea

Abaixo do solo, uma viagem de caminhão com tração nas quatro rodas espera o visitante. Sobre a carroceria, passeia-se subindo e descendo pelo labirinto de curvas fechadas. Segundo o regulamento, os mineiros não podem dirigir com velocidade superior a 35 km/h. Mesmo assim, tem-se a impressão de se estar atravessando o misterioso túnel com uma velocidade impressionante. Quando o motorista desliga os faróis por alguns segundos, o espírito de aventura é ainda mais forte.

A viagem de 20 quilômetros de extensão compreende, todavia, somente uma pequena parte da mina, onde ainda hoje sal-gema é explorado para o reaterro de galerias. No total, a rede de túneis tem mais de 4 mil quilômetros de extensão. Esse é somente um dos superlativos no vilarejo de Merkers. O Parque de Diversões da Mina de Merkers se destaca pelo bar situado na maior profundidade da Terra e por uma imensa sala de concertos subterrânea.

No antigo abrigo antiaéreo gigante, a 500 metros de profundidade, onde antes toneladas de sal eram armazenadas, acontecem hoje conferências e eventos culturais. Com 250 metros de cumprimento, 22 metros de largura e até 17 metros de pé-direito, em termos de altura e acústica, o espaço pode ser considerado como uma catedral.

Eisenhower já esteve lá

Goldbarren im Schaubergwerk Merkers
Imitação das barras de ouro guardadas pelos nazistas na mina de MerkersFoto: picture alliance/dpa

Outro abrigo antiaéreo ainda mais famoso não era depósito de sal, mas de um verdadeiro tesouro. Quando as grandes cidades alemãs foram bombardeadas durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas trouxeram para a mina ouro e reservas de divisas do Reichsbank, o então Banco Central da Alemanha, como também obras de arte.

No final da guerra, soldados norte-americanos encontraram 220 toneladas de barras de ouro na caixa-forte. O general Dwight Eisenhower, que era então comandante supremo das forças aliadas na Europa, tornando-se mais tarde presidente norte-americano, dirigiu-se pessoalmente às galerias para inspecionar a descoberta.

O pequeno vilarejo de Merkers entrou nas manchetes internacionais. Hoje, nada mais restou do tesouro, mas ainda é possível empurrar a porta metálica, aberta por Eisenhower na ocasião.

Outro tesouro também pode ser visto em Merkers. Em 1981, a 800 metros de profundidade, mineiros descobriram uma gruta de cristal, ao realizarem trabalhos de explosão na mina. Os cristais de sal-gema, cuja coloração varia do branco ao transparente, têm até um metro de cumprimento.

Maior equipamento de mineração subterrânea do mundo

Salzkristalle im Besucherbergwerk Merkers
Instalação de luz na gruta de cristalFoto: picture alliance/dpa

No contexto do passeio, o visitante recebe também todo o tipo de informação científica sobre a mineração. Desde 1914, foram exploradas 500 milhões de toneladas de potássio em Merkers, usadas principalmente para a produção de fertilizantes.

No museu subterrâneo, estão expostos, por exemplo, veículos históricos, equipamentos de mineração, equipamento de salvamento e lâmpadas de mineiros. Na sala de concertos, encontra-se a escavadeira por roda de caçambas Alf, considerado o maior equipamento de mineração subterrânea do mundo.

Quem ainda não se contentou com tanto sal de potássio, após duas horas e meia debaixo da terra, pode viajar no período da tarde para Heringen, a 26 quilômetros de distância. Além de um museu da mineração, lá está o Monte Kali, uma pilha de sal de 200 metros de altura que pode ser vista à distância e ser escalada mediante agendamento prévio.

Autor: Stefan Dietrich
Revisão: Augusto Valente