Uma breve história
9 de setembro de 2008Entre os festivais de música da Alemanha, o Beethovenfest de Bonn é um dos mais antigos. Ao longo de seus mais de 150 anos, ele passou por altos e baixos, e nos anos 1990 quase foi encerrado, depois do deslocamento do centro político do país para Berlim. Hoje, está entre os maiores eventos internacionais do gênero.
Ludwig van Beethoven foi e é a medida de todas as coisas para inúmeros compositores. Dentre os que o idolatravam, esteve o compositor e pianista virtuose Franz Liszt (1811-1886). Quando, 12 anos após a morte de Beethoven, descobriu que sua cidade de nascença, Bonn, não conseguia reunir os meios para um memorial em sua honra, Liszt considerou o fato "uma vergonha" e prometeu às autoridades da cidade agir a respeito.
Seis anos mais tarde, em 12 de agosto de 1845, ele cumpria sua promessa: a inauguração do monumento na praça da catedral era comemorada com um festival Beethoven. Este incluiu diversos concertos regidos pelo próprio Liszt, que também compôs uma cantata para a ocasião.
Relevância crescente
Tilman Schlömp, da organização do Beethovenfest, explica que após essa primeira festividade houve vários eventos menores. Sobretudo na década de 1920 os festivais foram bastante impulsionados, até que a cidade se desligou um pouco do Festival Beethoven, achando que poderia bem passar sem ele.
"E aí os cidadãos começaram uma admirável iniciativa pelo compositor, na forma de numerosas maratonas Beethoven, ao longo de muitos anos. Até que a cidade disse: OK, nós assumimos a coisa, instalamos um diretor-geral e fazemos o festival profissional mesmo", explica Schlömp.
Nos últimos dez anos, a iniciativa em Bonn desenvolveu-se de importante evento supra-regional a festival de renome internacional. Em 2008 ele está pela quarta vez sob a direção de Ilona Schmiel (41), formada em música e gerenciamento cultural. Em face de tal sucesso, a municipalidade se ocupa dos planos para uma casa de concertos especial para os festivais, o Beethoven Festspielhaus, a substituir a atual sala Beethovenhalle.
"Claro que ainda não somos Salzburgo", admite Schlömp. Porém as conexões internacionais crescem, assim como o número de cooperações, dentre as quais a parceria de mídia com a Deutsche Welle. "E acredito que recebemos cada vez mais atenção internacional. Nota-se haver uma nova geração de músicos mais abertos ao mundo, mais dispostos a experimentar coisas novas. Creio que no momento há muito em movimento."