Um sensor na luta contra algas
24 de agosto de 2003A poluição e o aumento da temperatura das águas favorecem o crescimento de algas cujas flores contêm toxinas. Com o calor deste verão, o problema - que afeta a Austrália e várias regiões do planeta - chegou também à Europa. Na Alemanha já foi preciso interditar algumas praias no Mar do Norte e no Báltico.
Veneno forte exige controle preventivo
Para o ser humano, o simples contato com as algas provoca irritação da pele. Por isso, a Inventus Biotec, uma firma de Münster, trabalha juntamente com o Instituto Alfred Wegner de Pesquisas Polares e Marinhas, de Bremerhaven, no desenvolvimento de um novo biossensor. O aparelho permitirá o controle preventivo, isto é, a distinção de flores tóxicas das que não o são.
Bernfried Specht, da Inventus, expôs à Deutsche Welle a importância de um sistema preventivo: "Essas toxinas são um dos mais fortes venenos naturais. Além do perigo direto para o ser humano, elas podem chegar a ele também através da cadeia alimentar, de peixes e mexilhões". A medição é efetuada na alga por um biochip dotado de sondas especiais de ácido nucléico.
Aplicação na pesca e advertência para banhistas
O Ministério de Educação e Pesquisa fomentou o desenvolvimento do biossensor com 2,1 milhões de euros. O controle preventivo permitirá que os barcos de pesca identifiquem as regiões de algas tóxicas e procurem outras águas, evitando colher mexilhões e peixes contaminados.
No momento o sensor está sendo avaliado e comparado aos sistemas instalados nas costas da Flórida, antes de ser testado a bordo dos barcos de pesca. "Atualmente o biossensor está sendo utilizado pelo Instituto Alfred Wegner de Pesquisa Polar e Marinha. Ele realiza viagens nas quais se retiram amostras de água e ainda é preciso instruir pessoal especializado. Embora o sensor seja de fácil manejo, ele exige certos conhecimentos. Portanto, ainda não é possível que uma pessoa na praia pegue o aparelho e saia fazendo medições na água do mar. O que previmos inicialmente é um sistema a ser aplicado por especialistas, que então lancem uma advertência, caso encontrem algas tóxicas", diz Specht sobre o estágio do projeto.
Mesmo não sendo um aparelho de prevenção para banhistas, eles serão beneficiados com o seu uso. Quanto maior for o número de barcos munidos de biossensores, maior será a rede de informação. Os engenheiros estão trabalhando num aparelho com microchip do tamanho de uma calculadora portátil. As tiras de teste para a água deverão ser pequenas e de fácil fabricação. A Inventus Biotec, que irá lançá-lo no mercado em 2005, ainda não sabe dizer o seu preço.