Terrorismo
27 de novembro de 2008Passa de cem o número de mortos na série de ataques terroristas em Mumbai, na Índia. Segundo a agência de notícias DPA, ao menos 119 pessoas morreram. Outra agência de notícias, a AFP, afirma que há mais de 125 vítimas fatais. Ambas citam fontes policiais indianas. Também segundo a polícia local, o número de feridos é de ao menos 315, entre eles 22 estrangeiros.
Entre as vítimas fatais há um cidadão alemão, o empresário de comunicação Ralph Burkei, que estava hospedado no hotel Taj Mahal, um dos alvos dos ataques terroristas. Ele morreu quando tentava fugir do local.
A imprensa alemã noticia que, mais de 24 horas após o início dos ataques, terroristas muçulmanos mantêm reféns no hotel de luxo Trident Oberoi. Não há certeza sobre o número de reféns, mas segundo estimativas das autoridades locais, há entre 20 e 40 pessoas em poder dos terroristas. Ao todo, haveria ainda em torno de cem pessoas no hotel, muitas escondidas em quartos.
A Embaixada de Israel em Nova Délhi divulgou que há entre 10 e 15 israelenses em poder de terroristas.
Na tarde desta quinta-feira, forças de segurança indianas invadiram os hotéis Trident Oberoi e Taj Mahal com o objetivo de cercar os terroristas. O efetivo inclui 800 soldados do Exército indiano. Segundo as autoridades, a situação está sob controle no Taj Mahal, onde todos os terroristas teriam sido mortos e um foi ferido.
O Exército indiano também está em ação na sede da organização judaica Chabad Lubavitch, onde terroristas teriam feito reféns. Alguns reféns teriam sido libertados, mas a situação no local continua incerta, dizem as agências de notícias internacionais.
Terroristas muçulmanos
Na noite de quarta-feira, terroristas muçulmanos atacaram uma série de alvos em Mumbai, capital financeira da Índia e maior cidade do país. Entre os alvos estão dois hotéis de luxo (o Trident Oberoi e o histórico Taj Mahal), a principal estação de trem da cidade, um café, um cinema e um hospital.
No Taj Mahal, onde ocorreram várias explosões, encontrava-se também um grupo europeu de parlamentares, que participaria na cidade de uma conferência entre representantes da Índia e do bloco europeu. O hotel, situado no centro da cidade, foi dominado por soldados de uma tropa de elite fortemente armados, quando foram libertados 70 reféns.
O desconhecido grupo muçulmano Deccan Mujahedeen assumiu a autoria dos atentados. Os terroristas chegaram a Mumbai em botes. A polícia indiana apreendeu um navio que pode ter sido usado pelo grupo para chegar à cidade.
UE condena ataques
Em nome do governo alemão, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, condenou os atentados "com toda a veemência". A presidência da União Européia (UE), no momento ocupada pela França, salientou o apoio do bloco ao governo da Índia e demonstrou "repúdio e indignação" em relação ao ocorrido.
Em comunicado dirigido ao governo da Índia, a UE reafirma "a ligação do povo indiano com a democracia, contra a qual esses atentados se voltam". Javier Solana, encarregado da UE para assuntos de política externa, salientou que a comunidade internacional deverá se empenhar decisivamente contra o terrorimso no mundo.
Johannes Laitenberger, porta-voz da Comissão Européia, também manifestou a solidariedade do bloco com o governo da Índia, além de expressar condolências para com as famílias das vítimas.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, ligou para o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e lhe transmitiu votos de pesar. "Nestas horas difíceis nossos pensamentos se voltam para as vítimas e seus familiares", disse Merkel.
Brown: resposta virá
O premiê britânico, Gordon Brown, afirmou que haverá uma resposta adequada da comunidade internacional aos "ataques vergonhosos" ocorridos em Mumbai. O ministro britânico do Exterior, David Milivand, observou que os atentados demonstram o grau de violência de que extremistas são capazes.
Mumbai, a capital financeira da Índia, já foi várias vezes alvo de ataques terroristas, em sua maioria cometidos por extremistas islâmicos. Em julho de 2007, uma série de explosões deixou 187 mortos na cidade. Desde maio deste ano, o grupo auto-intitulado Deccan Mujahedeen se responsabilizou por vários atentados, nos quais morreram 130 pessoas, 21 delas em setembro último na capital Nova Délhi.