Conflito
16 de junho de 2007A presidência alemã da União Européia reiterou seu apoio ao chefe do novo governo de emergência palestino, Salam Fayad. Em um telefonema com Fayad, neste sábado (16/06), o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, propôs um encontro em breve, assim que as circunstâncias permitirem.
Na sexta-feira, a UE já dera respaldo à decisão do presidente palestino Mahmud Abbas. "A presidência apóia enfaticamente a decisão do presidente Abbas, plenamente de acordo com a Constituição palestina, de dissolver o governo e instaurar um regime de emergência nos territórios palestinos", afirmou o porta-voz do Ministério alemão das Relações Exteriores, Martin Jäger.
Também os Estados Unidos apoiaram a decisão de Abbas de dissolver o governo e indicar o ministro das Finanças, Salam Fayad, como novo primeiro-ministro e responsável pela formação de um governo de emergência. De acordo com a secretária de Estado Condoleezza Rice, Abbas exerceu seu poder legal como presidente e líder dos palestinos.
O Quarteto do Oriente Médio, formado pela ONU, pelos Estados Unidos, pela União Européia e pela Rússia, também manifestou seu "total apoio" ao presidente Abbas, "especialmente neste momento de formação de um governo de transição". No entanto, o Quarteto deixou em aberto se suspenderá o boicote vigente contra o governo palestino.
Ceticismo quanto a tropas de paz
Já a proposta do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de enviar tropas internacionais de paz à Faixa de Gaza foi recebida com ceticismo pelos países europeus. O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse ao jornal Frankfurter Rundschau que é "impensável" enviar rapidamente tropas da ONU aos territórios palestinos.
"Devemos nos manter realistas", avaliou, descartando também a participação a longo prazo de europeus numa possível força de paz. Na avaliação de Steinmeier, que ocupa a presidência do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE, a tropa de paz deveria ser composta apenas por militares de países árabes. A presença européia é "inimaginável", afirmou.
A posição européia foi reforçada pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, que concordou com as declarações de Steinmeier e descartou ainda a possibilidade de que os soldados alemães estacionados na costa do Líbano possam ser deslocados de sua atual posição.
Já a comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, avaliou como "muito complicado" o envio de tropas de paz da ONU à região de conflito, em entrevista ao jornal Financial Times Deutschland.
Posição semelhante foi manifestada pelo ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Para ele, o envio de tropas das Nações Unidas só seria possível com a concordância do Fatah e do Hamas.
As divergências entre facções políticas palestinas continuam se agravando. Enquanto o líder Ismail Haniya, do Hamas, insiste em seu posto de primeiro-ministro, tendo nomeado um novo chefe de segurança em Gaza, o presidente palestino, Mahmud Abbas, pretende viabilizar a posse do novo premiê interino até domingo (17/06). Combatentes da sua facção, Fatah, atacaram posições do Hamas na Cisjordânia. Em comparação com os dias anteriores, a situação na Faixa de Gaza se acalmou neste sábado. (as / sm)