UE aprova realocação de 120 mil refugiados
22 de setembro de 2015A maioria dos ministros do Interior da União Europeia (UE) aprovou nesta terça-feira (22/09) a realocação de 120 mil refugiados entre os países-membros do bloco. República Tcheca, Eslováquia, Romênia e Hungria votaram contra a proposta, e a Finlândia se absteve.
"A decisão sobre a realocação de 120 mil pessoas foi adotada hoje por uma ampla maioria dos Estados-membros", publicou no Twitter a delegação de Luxemburgo, que presidiu o encontro em Bruxelas. O ministro do Exterior de Luxemburgo, Jean Asselborn, afirmou que o texto aprovado é "bem equilibrado".
Numa primeira etapa, deverão ser realocados 66 mil refugiados que estão em centros de acolhimento na Grécia e na Itália. Em 2016, serão distribuídas outras 54 mil pessoas que estão vivendo em abrigos na Hungria.
Na prática, o resultado da votação significa que os países que votaram contra o sistema de cotas também terão que acolher certo número de refugiados. Após a decisão, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse que preferiria correr o risco de infringir regras da UE do que implementar cotas adotadas pelo bloco.
"Eu preferiria cometer uma infração a respeitar o ditado pela maioria, que não foi capaz de impor sua opinião usando argumentos racionais para alcançar um consenso na UE", disse Fico.
Caso outros países entrem em situação de emergência com o grande afluxo de refugiados, a Comissão Europeia pode apresentar propostas de modificação do plano inicial.
Enquanto os ministros da UE debatiam, migrantes continuavam chegando ao continente europeu. Apenas nesta segunda-feira, quase 10 mil requerentes de asilo chegaram à cidade austríaca de Nickelsdorf, depois de cruzar a fronteira com a Hungria. Nesta terça-feira, ao menos 1,5 mil alcançaram a Áustria e mais são aguardados, segundo a polícia. Centenas seguiram em direção à Alemanha.
Um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira estima que a UE registre 1 milhão de pedidos de asilo em 2015 e que até 450 mil pessoas recebam o status de refugiado.
KG/afp/rtr/dpa