Ucrânia suspende preparação de acordo com a UE
21 de novembro de 2013A Ucrânia congelou temporariamente os planos para um acordo de associação com a União Europeia (UE), segundo divulgou o governo de Kiev nesta quinta-feira (21/11) em seu website após uma sessão de gabinete.
A suspensão dos trabalhos na associação planejada com a UE pela Ucrânia foi divulgada algumas horas depois de o Parlamento ucraniano ter rejeitado todos os projetos de lei que permitiam a viagem, para tratamento médico, da oposicionista presa Julia Timoshenko.
A libertação, mesmo temporária, da ex-primeira-ministra era um pré-requisito dos europeus para a assinatura do acordo de associação entre a Ucrânia e a UE, que está programada para a próxima semana em Vilnius, na Lituânia.
A decisão do Parlamento de impedir a viagem já havia ameaçado a assinatura do documento, que tem como objetivo aproximar a Ucrânia da UE e criar uma zona de livre comércio. A aproximação com a UE requer também reformas judiciais e um sistema eleitoral mais democrático.
O Comissário Europeu do Alargamento e da Política Europeia de Vizinhança, Štefan Füle, volta à Ucrânia nesta quinta, também apenas algumas horas depois de deixar o país. Ele conversará com o governo ucraniano na sexta-feira, dia em que também encontra grupos da sociedade civil.
"A viagem faz parte dos contínuos esforços da União Europeia de reiterar a intenção firme do bloco de assinar o acordo, contanto que a Ucrânia preencha as condições estipuladas", disse Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia, órgão executivo da UE. "Estamos preparados a ajudar a Ucrânia a fazer a sua parte", acrescentou.
A votação no Parlamento ucraniano sobre Julia Timoshenko foi adiada por diversas vezes. Nesta quinta, ela foi observada por dois enviados da UE, Aleksander Kwasniewski e Pax Cox. Mesmo assim, a Assembleia derrubou as seis propostas que permitiriam a viagem.
Timoshenko, ex-líder da Revolução Laranja na Ucrânia, está cumprindo uma pena de sete anos de reclusão por acusações de abuso de poder em negociações sobre petróleo durante a sua gestão como primeira-ministra, entre 2007 e 2010. Os apoiadores de Timoshenko denunciam o caso como "punição política".
A Alemanha havia oferecido tratamento médico à antiga primeira-ministra, que atualmente trata uma hérnia de disco.
LW/afp/dpa