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Ucrânia retoma toda a região de Kiev, diz ministra

2 de abril de 2022

Militares russos estão deixando o norte da Ucrânia e concentram esforços nos combates no leste e no sul do país. Conforme as cidades são retomadas, surgem registros de civis assassinados.

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Militares ucranianos fardados e com armas caminham em terreno
Militares ucranianos recuperam área próxima a Kiev que estava ocupada por forças russasFoto: Rodrigo Abd/AP/picture alliance

As Forças Armadas da Ucrânia retomaram neste sábado (02/04) o controle de todo o território da região de Kiev, informou a ministra adjunta de Defesa do país, Hanna Malyar. "Toda a região de Kiev está libertada do invasor", escreveu ela em um post no Facebook.

Ao longo do dia, militares ucranianos avançaram para áreas ao norte de Kiev, repletas de escombros e tanques russos destruídos. O presidente da Ucrânia, Volodomir Zelenski, acusou os soldados russos de deixarem minas nos locais antes de se retirarem.

Okeksiy Arestovych, assessor de Zelenski, disse que os militares do país haviam retomado o controle de mais de 30 cidades e vilarejos na região da capital, incluindo Chernigiv, desde que a Rússia anunciou que iria diminuir sua presença no norte da Ucrânia para centrar esforços nos combates no leste e no sul do país, onde já controla partes do território.

Um relatório da inteligência militar britânica informou que as tropas russas também haviam deixado o aeroporto de Hostomel, a noroeste da capital, onde havia combates desde o primeiro dia da invasão russa ao país.

A Rússia afirma que sua retirada de áreas próximas a Kiev é um gesto de boa vontade nas negociações de paz. Já a Ucrânia e seus aliados dizem que as forças russas foram forçadas a se reagrupar após sofrerem grandes perdas.

"No norte de nosso país, os invasores estão partindo. É lento, mas perceptível. Em alguns lugares, eles estão sendo expulsos com combates. Em outros lugares, eles estão abandonando as posições por iniciativa própria", disse Zelenski em um discurso em vídeo divulgado no sábado.

"Eles estão colocando minas em todo esse território. As casas têm minas, os equipamentos têm minas, mesmo corpos de pessoas mortas", disse, sem apresentar provas. O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters sobre essas alegações.

Cadáveres pelas ruas

Enquanto os militares ucranianos retomam o controle das cidades, surgem evidências de possíveis assassinatos de civis nas áreas que estavam sob ocupação russa.

Repórteres da agência de notícias AFP identificaram pelo menos vinte cadáveres em uma única rua na cidade de Bucha, próxima a Kiev. "Todas essas pessoas foram alvejadas com tiros", disse o prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk. Ele afirmou que outros 280 cadáveres haviam sido enterrados em valas comuns na cidade.

Dezesseis dos vinte cadáveres localizados em Bucha estavam na calçada ou próximo à sarjeta. Um passaporte ucraniano aberto estava ao lado de um deles, que tinha as mãos amarradas com um pedaço de pano branco. Todas as vítimas estavam vestindo roupas civis.

Em outra cidade nas proximidades, autoridades ucranianas localizaram na sexta-feira o cadáver do conhecido fotojornalista Maks Levin, de 40 anos. Ele era ucraniano, tinha quatro filhos e estava desaparecido desde o dia 13 de março.

Maks Levin
Maks Levin é o sexto jornalista morto na guerra na Ucrânia, segundo a Repórteres Sem Fronteiras

"Segundo informações preliminares, Maxim Levin estava desarmado e foi morto por militares das Forças Armadas da Rússia com dois tiros de pequenas armas de fogo", promotores disseram em um comunicado.

A organização Repórteres Sem Fronteiras disse que Levin foi o sexto jornalista morto na guerra na Ucrânia.

bl (AFP, AP, Reuters)