Rejuvenescer a seleção
11 de setembro de 2008A Eurocopa foi boa, mas para um grande desafio como o Mundial 2010 o técnico da seleção alemã, Joachim Löw, ainda tem muito a fazer. A grande competição européia na Áustria e na Suíça em meados do ano foi oportunidade para muitas constatações, que agora têm de ser postas em prática.
O princípio da eficiência, a concorrência, o rejuvenescimento da equipe e uma reordenação na hierarquia, com contrapesos ao "velho" capitão Michael Ballack, de 31 anos, são os principais objetivos.
"É nossa tarefa criar alternativas, buscar jovens jogadores e integrá-los", havia dito Löw na semana passada, antes dos dois primeiros jogos pelas eliminatórias da Copa 2010: no sábado, os alemães derrotaram Liechtenstein por 6 a 0, e nesta quarta-feira (10/9) não passaram do 3 a 3 contra a Finlândia.
Miroslav Klose, cuja escalação chegou a ser questionada por causa de sua má fase, foi o herói da partida contra os finlandeses. Klose, no papel de capitão, foi o único artilheiro alemão, sempre atingindo o empate quando a Alemanha estava em desvantagem no placar. Na partida, ficaram evidentes grandes problemas na defesa alemã.
Novos talentos esperam chance
Serdar Tasci (21 anos), Marko Marin (19), René Adler (23), Heiko Westermann (25), Patrick Helmes (24) e talvez em breve também a jovem estrela do Bayern Toni Kroos (18): eis alguns dos ambiciosos profissionais à espera de uma chance.
É ruim não poder contar com jogadores experientes e importantes como Ballack, Torsten Frings, Per Mertesacker ou Arne Friedrich por causa de lesão, mas o técnico da seleção alemã soube explorar o problema. Jogadores como Tasci ou os já reconhecidos Thomas Hitzlsperger ou Simon Rolfes ganharam uma chance.
Löw incentiva, mas ao mesmo tempo faz exigências. E isso em dois campos: tanto na nova concorrência entre os jogadores como na mudança hierárquica. Esta se centra no capitão Ballack, cujo estilo de liderança é visto de forma crítica por Löw, não só no tocante aos atritos que perduram com o gerente da seleção, Oliver Bierhoff.
O treinador exige também que os jovens – mas experientes – Philipp Lahm e Bastian Schweinsteiger assumam mais responsabilidades. "Eles têm de assumir mais tarefas de liderança", exige Löw. Contra Liechtenstein e a Finlândia isso já foi testado, como acredita Klose: "Quando duas, três pessoas importantes faltam, acaba se formando uma nova hierarquia. Com Lahm, Schweinsteiger e Hitzlsperger temos gente nova nesta condição".
Löw salienta importância de Metzelder
Também o desempenho voltará a ser valorizado, sem levar em consideração nomes ou méritos. Este princípio havia sido deixado de lado antes e durante da Eurocopa, por exemplo, com o goleiro Jens Lehmann, relegado ao banco de reservas do Arsenal, e Christoph Metzelder, vários meses lesionado.
É o que está acontecendo com Metzelder, substituído por Tasci e Westermann, ambos sem experiência internacional. Löw sabe que estas mudanças radicais têm de ser praticadas com cuidado e sensibilidade. O entusiasmo juvenil e a experiência têm de andar de mãos dadas.
Batalhador como Frings, que já disputou 77 jogos pela seleção e com ótimas condições físicas, está longe de ser ameaçado por jovens como Rolfes ou Hitzlsperger. E mesmo Metzelder, aos 27 anos, não sumirá tão rapidamente do mapa, como Löw assegurou após a partida contra a Finlândia.
Já tendo terminado de citar seus principais jogadores em campo, o treinador acrescentou que não gostaria de esquecer Metzelder e complementou: "Planejo, sim, contar com ele nos dois próximos anos. Sua presença na equipe é enorme. Precisamos apoiá-lo, nós precisamos de Metzelder".
Até o final do ano, a seleção alemã têm ainda duas partidas pelas eliminatórias do Mundial: em 11 de outubro em Dortmund contra a Rússia e dia 15 de outubro em Mönchengladbach contra o País de Gales. O último jogo do ano será um teste contra a Inglaterra em Berlim, no dia 19 de novembro.