Turquia ordena prisão de pregador pela morte de embaixador
2 de abril de 2018Um tribunal turco ordenou a prisão do clérigo muçulmano Fethullah Gülen e de outras sete pessoas pelo assassinato em 2016 do embaixador russo na Turquia, informou a TV Haberturk nesta segunda-feira (02/04). O anúncio ocorre um dia antes da visita do presidente russo, Vladimir Putin, ao país.
O embaixador Andrei Karlov foi morto a tiros por um policial de folga enquanto discursava na abertura de uma exposição em Ancara em dezembro de 2016.
O atirador gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande) e "Não esqueçam Aleppo!" enquanto abriu fogo, aparentemente se referindo ao envolvimento da Rússia em uma campanha de bombardeios na vizinha Síria. Ele foi morto a tiros pela polícia no local.
Putin realizará uma visita de dois dias à região a partir desta terça-feira e vai se encontrar com os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e do Irã, Hassan Rouhani. Os três países são os garantidores das negociações de paz de Astana, que criaram zonas de "destensionamento" em toda a Síria, devastada pela guerra.
Putin e Erdogan, que se aproximaram nos últimos meses, vêm sendo isolados pelo Ocidente por causa de suas políticas – o russo por ter anexado parte da Ucrânia e pelas acusações de interferência em outros países; e o turco por conduzir um regime cada vez mais repressivo e pelo envolvimento na guerra da Síria.
No caso do embaixador, Erdogan disse que o movimento popular de Gülen estava por trás do assassinato, uma acusação que o clérigo nega. Erdogan também culpa a rede do pregador pela tentativa de golpe militar em julho de 2016.
Gülen, que vive em exílio nos Estados Unidos desde 1999, negou a acusação e condenou o golpe.
JPS/rtr
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App