Turquia ignora pedido alemão de visita a Incirlik
22 de outubro de 2016Em entrevista ao jornal Welt am Sonntag, divulgada neste sábado (22/10), o deputado alemão Jan van Aken, do partido A Esquerda, acusou a Turquia de voltar a impedir a visita de parlamentares alemães a soldados da Bundeswehr [Forças Armadas da Alemanha] na base aérea de Incirlik.
"Se houver uma proibição das visitas mais uma vez, o plano de estender a permanência da Bundeswehr [em Incirlik] não poderá ser concretizado", ameaçou Van Aken.
À agência de notícias AFP, o deputado disse ter solicitado a visita à comissão para relações exteriores do Bundestag (Parlamento alemão) no início de outubro e, alguns dias depois, informado o Ministério do Exterior alemão sobre o pedido. Até então, as autoridades não obtiveram resposta de Ancara.
Van Aken explicou que já foi membro da comissão para relações exteriores e que nunca um pedido de visita como esse demorou tanto tempo para ser respondido. "Isso é bastante incomum", afirmou.
A Turquia chegou a proibir por alguns meses que os parlamentares de Berlim visitassem a base aérea de Incirlik, depois de o Bundestag ter aprovado, em junho, uma resolução que considera genocídio o massacre de armênios perpetrado há um século pelo Império Otomano, antecessor da atual Turquia.
Apesar de reconhecer a morte de milhões de pessoas no massacre, Ancara considera o termo genocídio inaceitável, e, a partir de então, as relações bilaterais ficaram estremecidas. Mais tarde, em setembro, a Turquia anunciou o fim da proibição das visitas alemãs aos seus 250 soldados em Incirlik.
O Parlamento alemão deve decidir em novembro se manterá seus soldados na base aérea turca, usada também por forças dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. Os militares alemães lá estacionados participam da missão da Otan contra as atividades do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI). A partir de Incirlik, jatos alemães do tipo Tornado têm realizado voos de reconhecimento sobre a Síria.
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