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Tsipras: "Gregos sobreviverão sem programa de resgate"

30 de junho de 2015

Ante iminente calote, premiê grego garante que respeitará vontade da população em referendo, diz que não vai renunciar e trata saída da zona do euro como improvável. Em Atenas, milhares manifestam apoio ao governo.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/T, Stavrakis

Em entrevista à televisão estatal, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira (29/06) que, caso os credores internacionais ofereçam um acordo, Atenas pagará suas dívidas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vencem nesta terça-feira.

Tsipras disse ainda estar disposto a conversar com líderes europeus para salvar as negociações. "Meu telefone está ligado o dia todo. Quem quer que seja, eu sempre atendo as ligações", afirmou o premiê grego, um dia antes do iminente calote de Atenas.

Além disso, respondendo às especulações de que ele renunciará caso os gregos votem a favor do avanço de um programa de austeridade no referendo de 5 de julho, Tsipras garantiu que o governo respeitará a decisão da população. Ele reiterou que, votando contra o programa de austeridade, o povo estará fortalecendo a posição de Atenas perante os credores.

"Vamos sobreviver e vamos escolher nosso futuro. Os gregos sobreviverão sem programa [de resgate]", afirmou.

O premiê grego disse que o resultado do referendo sobre as propostas dos credores internacionais será implementado, qualquer que seja o desfecho da votação. Mas ele acrescentou: "Se o povo grego quer prosseguir com os planos de austeridade em perpetuidade, que vão nos deixar incapazes de levantar nossas cabeças, vamos respeitá-lo, mas não vamos ser nós que vão realizá-los."

Griechenland Athen Anti EU Referendum Protest
Cerca de 15 mil pessoas saíram às ruas de Atenas em apoio ao governo TsiprasFoto: Getty Images/AFP/L. Gouliamaki

Protestos em Atenas

Tsipras, no entanto, rejeitou a possibilidade de um retorno do dracma. "Não acho que o plano deles [instituições europeias e credores] seja empurrar a Grécia para fora da zona do euro, cujos custos seriam enormes, mas sim acabar com as esperanças de que possa haver políticas diferentes na Europa", disse o premiê.

Se por um lado o primeiro-ministro grego declarou que um pagamento da dívida de 1,6 bilhão de euros ao FMI ainda é possível antes do fim do prazo, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou que a Grécia dará o calote nesta terça-feira.

"A Grécia anunciou que não pagará ao FMI. Desta forma, qualquer pagamento futuro do FMI está descartado", disse Schäuble num programa de entrevista do canal público alemão ARD, também nesta segunda-feira.

Também nesta segunda-feira, manifestantes voltaram a se reunir perto do Parlamento da Grécia e protestaram contra a União Europeia (UE) e o FMI. Aproximadamente 15 mil apoiadores do governo esquerdista de Tsipras participaram, na companhia de ministros do governo.

Os manifestantes pedem que Tsipras não aceite um acordo com os credores internacionais. "Tsipras é um de nós, uma pessoa comum. E existem pessoas que não gostam disso", disse a aposentada Satroula Noutsou.

Segundo pesquisa deste fim de semana encomendada pela revista To Vima, 47% dos gregos são a favor das medidas de austeridade propostas pelos credores. Apenas 33% se opõem.

PV/afp/rtr/ap