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Trump alvo de novo indiciamento por tentar reverter eleições

28 de agosto de 2024

Após Suprema Corte conceder imunidade ao republicano por atos cometidos em seu período na Casa Branca, acusações passam a focar seu papel como candidato à reeleição, e não como presidente no exercício do cargo.

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Donald Trump fala à imprensa
Trump chamou o novo indiciamento de "um ato de desespero" e "um esforço para ressuscitar uma 'caça às bruxas' que já estava morta"Foto: Justin Lane/EPA

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano às eleições presidenciais deste ano, Donald Trump, se tornou alvo de um novo indiciamento nesta terça-feira (27/08) que retoma as acusações de que ele teria tentado reverter sua derrota nas eleições presidenciais de 2020.

O procurador especial Jack Smith teve de realinhar o foco das acusações, após a Suprema Corte americana julgar que o ex-presidente possui imunidade contra possíveis crimes cometidos no exercício do cargo.

A revisão do indiciamento inclui as mesmas acusações colocadas no ano passado contra Trump. A diferença é que agora elas estão voltadas para seu papel como candidato à reeleição, e não como presidente ainda em exercício.

Por causa disso, o novo indiciamento não inclui as acusações de que o ex-mandatário teria tentado pressionar o sistema de Justiça dos EUA a reverter o resultado das eleições que deram vitória ao democrata Joe Biden.

Esta seria uma tentativa dos promotores de preservar o caso, após a decisão da Suprema Corte que decidiu que Trump não poderia ser julgado por essa acusação.

O caso foi apresentado a um grande júri que não tinha ouvido as evidências do caso original, afirmou um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA.

Assim como na primeira tentativa de indiciamento, Trump será acusado de conspirar para impedir a certificação da eleição de Biden no Congresso.

Esquemas fraudulentos

A nova versão se baseia em depoimentos e provas levadas por testemunhas que são de fora dos círculos do governo federal, como Rusty Bowers, ex-presidente da Câmara dos Representantes do estado do Arizona.

Segundo o indiciamento, Bowers teria sido pressionado por Trump e outro co-conspirador para convocar uma sessão especial para uma audiência na qual seriam ouvidas acusações infundadas de fraude eleitoral.  

Uma das acusações mais impactantes feitas por Smith no novo indiciamento é a de que Trump teria participado de um esquema orquestrado por aliados para aliciar eleitores nos estados onde a eleição foi mais disputada e vencida pelos democratas. Esses eleitores dariam depoimentos falsos de que o republicano teria vencido o pleito nesses estados.

Também estão mantidas as acusações de que Trump teria tentado pressionar o então vice-presidente Mike Pence a rejeitar o resultado legítimo das eleições, e que ele e seus aliados teriam tentado explorar o caos durante a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, para atrasar a certificação da vitória de Biden.

Volta aos tribunais

Os promotores e os advogados de Trump retornarão ao tribunal para uma nova audiência na próxima semana, a primeira desde dezembro do ano passado.

Em postagem em sua rede social, a Truth Social, Trump chamou o novo indiciamento de "um ato de desespero" e "um esforço para ressuscitar uma 'caça às bruxas' que já estava morta" e exigiu a suspensão imediata do indiciamento.

Trump disputará as eleições presidenciais americanas pelo Partido Republicano contra a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, no dia 5 de novembro.

 rc/ra (Reuters, AP)