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Trump rejeita pacote de estímulo aprovado pelo Congresso

23 de dezembro de 2020

Presidente classifica de "desgraça" pacote de US$ 900 bilhões que visa aliviar impactos da pandemia de covid-19. Ele pede pagamentos mais altos à população, algo que seu próprio partido havia inicialmente rejeitado.

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Donald Trump
Trump pediu que lhe seja enviada uma lei "adequada"Foto: Erin Schaff/Zuma Wire/Imago Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou nesta terça-feira (22/12) o pacote de estímulo aprovado pelo Congresso que visa aliviar os impactos do coronavírus na economia americana. Trump se referiu ao pacote, no formato em que foi aprovado pelos parlamentares, como uma "desgraça".

"Apelo ao Congresso para que altere este projeto de lei e aumente os ridiculamente baixos 600 dólares para 2 mil ou 4 mil dólares para um casal. Também apelo ao Congresso para que se livre dos elementos desnecessários e dispendiosos desta lei", afirmou, em vídeo publicado no Twitter.

O presidente não disse explicitamente que vetará a legislação, mas pediu que lhe seja enviada uma lei "adequada". Ele criticou medidas incluídas no pacote, após intensas negociações, que financiariam projetos de parceiros americanos no exterior e outras questões não diretamente relacionadas à pandemia, como o meio ambiente.

O pacote de 900 bilhões de dólares (R$ 4,6 trilhões) visa trazer alívio a cidadãos e empresas que enfrentam dificuldades em razão dos abalos à economia provocados pela pandemia de covid-19. As medidas foram incluídas na lei do orçamento do governo federal até setembro de 2021, de valor total de 2,3 bilhões de dólares (R$ 11,8 bilhões).

Os destaques do pacote de estímulo são o pagamento de 600 dólares a todos os americanos com rendas inferiores a 75 mil dólares por ano e subsídios de desemprego de 300 dólares por semana. As medidas entrariam em vigor somente após a sanção do presidente.

Veto seria facilmente derrubado

No dia anterior, a Câmara dos Representantes aprovou o projeto por 359 votos a favor e 53 contra. Horas mais tarde, o Senado também aprovou a medida por 92 votos a seis. A grande margem de apoio nas duas casas do Congresso indica que um possível veto presidencial poderia ser facilmente derrubado pelos congressistas.

Se isso ocorrer, será mais um constrangimento para Trump, que tem passado suas últimas semanas na Casa Branca buscando meios de reverter o resultados das eleições presidenciais de novembro. As razões de Trump para desafiar de tal forma o Congresso estariam entrelaçadas com as tentativas de anular sua derrota para Joe Biden, que tomará posse no dia 20 de janeiro.

Apesar das acusações de fraude feitas pelo presidente e sua equipe  terem sido rejeitadas em tribunais em todo o país, Trump ainda possui aliados suficientes na ala mais à direita do Partido Republicano para tentar tumultuar a transição de governo.  

Em outro vídeo divulgado nesta terça-feira, Trump voltou a afirmar que venceu as eleições por ampla margem. Essa atitude deixa os parlamentares republicanos em situação complicada, especialmente os que já reconheceram Biden como o vencedor das eleições e devem decidir se enfrentam ou não enfrentam Trump, o que poderia gerar riscos ao pacote de ajuda.  

Os democratas, por sua vez, lembraram que, desde o início, seu partido defendia o pagamento de somas mais altas à população. "Passamos meses tentando garantir cheques de 2 mil dólares, mas os republicanos bloquearam", afirmou no Twitter o senador democrata Chuck Schumer.

RC/lusa/afp