Trump elogia resposta de Putin a sanções americanas
30 de dezembro de 2016O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou nesta sexta-feira (30/12) a decisão do líder russo, Vladimir Putin, de não responder às sanções americanas e à expulsão de 35 diplomatas russos pelos EUA, anunciadas nesta quinta-feira.
"Magnífica decisão (de Putin). Sempre soube que ele era muito inteligente", escreveu Trump, em sua conta no Twitter.
O comentário foi publicado horas depois de Putin afirmar que não iria expulsar nenhum diplomata americano e dizer que vai avaliar as ações de Trump antes de tomar decisões sobre as relações entre Rússia e Estados Unidos.
Ao anunciar a decisão de não responder às sanções, o líder russo ressaltou que não se rebaixaria "ao nível de uma diplomacia irresponsável".
Pouco antes de Putin anunciar a decisão, o ministro do Exterior, Serguei Lavrov, havia dito que havia proposto ao presidente russo a expulsão de 35 diplomatas americanos e a proibição de uso de dois complexos em Moscou pelos americanos, em resposta a medidas semelhantes adotadas pelos EUA.
Na quinta-feira, o governo do presidente Barack Obama determinou a expulsão do país de 35 diplomatas, fechou dois complexos em Nova York e Maryland e anunciou sanções a nove entidades ou pessoas da Rússia, incluindo serviços secretos, em resposta a uma alegada interferência nas eleições presidenciais de novembro.
Logo depois do anúncio do governo, Trump se distanciou da decisão. "É hora de nosso país avançar rumo a coisas maiores e melhores", declarou. O magnata disse ainda que pretende se encontrar com líderes da inteligência na próxima semana para se informar sobre a situação e desqualificou as acusações de interferência russa no resultado das eleições americanas como "ridículas".
Esta não é a primeira vez que o presidente eleito americano elogia Putin, de quem disse admirar sua figura de líder forte e com quem mostrou um desejo de mudar o rumo das relações bilaterais. A expectativa é que essas medidas sejam revogadas por Trump.
Republicanos divididos
A imposição de sanções contra a Rússia por Obama provocou reações distintas entre líderes do Partido Republicano. Muitos exigiram uma resposta ainda mais dura aos supostos ciberataques russos durante campanha presidencial americana, enquanto outros apontaram a atitude como "apropriada". Em meio à tensão, o presidente eleito, Donald Trump, prometeu resolver a questão assim que tomar posse, no dia 20 de janeiro.
A decisão, anunciada por Obama três semanas antes de deixar o cargo, foi classificada pelos senadores republicanos John McCain, do Arizona, e Lindsey Graham, da Carolina do Sul, como um "preço baixo" pela interferência russa nas eleições americanas. Eles prometeram liderar os esforços no Congresso para impor sanções ainda mais pesadas. Para ambos, as retaliações do democrata vêm tarde demais.
Porém, alguns parlamentares americanos quem vinham há tempos insistindo em uma postura mais dura em relação à Rússia passaram a adotar um novo discurso diante das promessas de Trump de estreitar os laços com Moscou. O presidente da Câmera dos Representantes e líder republicano no Congresso, Paul Ryan, foi um dos que aprovou a medida: "Apesar de a ação de hoje adotada pelo governo estar atrasada, é uma forma apropriada de encerrar oito anos de política fracassada com a Rússia", avaliou.
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