Trimble quer plebiscito sobre unificação da Irlanda
10 de março de 2002Discursando na convenção do seu partido, o Ulster Unionist Party, na noite de sábado (09), David Trimble afirmou: "Temos de parar de dizer que a união com a Grã-Bretanha é precária. Ela é forte." Segundo ele, a Grã-Bretanha é uma "democracia dinâmica, multiétnica, multinacional", ao contrário do "Estado deplorável, de orientação religiosa, mono-étnico e monocultural no nosso sul".
A proposta apresentada por Trimble durante a convenção partidária visa a realização de um plebiscito em maio de 2003, juntamente com as eleições para o Parlamento regional. A sugestão surpreendeu até mesmo o governo britânico em Londres. Observadores políticos consideram a escolha da data como uma manobra político para atrair os eleitores às urnas e evitar um grande número de abstenções, que poderia prejudicar o resultado dos protestantes.
Apoio dos republicanos
O secretário-geral do partido republicano católico Sinn Fein, Mitchel McLaughlin, apoiou basicamente a sugestão do seu rival político, mas conclamou Trimble a desculpar-se publicamente pela difamação da Irlanda. Segundo McLaughlin, a proposta pode até ter sido motivada por manobras eleitorais, mas "seria para nós uma possibilidade de conversar com os unionistas sobre uma Irlanda unificada, que seja aceitável também para eles".
Em Londres, um porta-voz do primeiro-ministro Tony Blair afirmou que não há, no momento, quaisquer planos para a realização de um plebiscito na Irlanda do Norte. A convocação do referendo popular tem de ser aprovada previamente pelo governo de Londres.