Trabalho feminino cada vez mais desvalorizado na Alemanha
25 de fevereiro de 2006O relatório sobre igualdade dos sexos da Comissão da União Européia para 2006, divulgado nesta sexta-feira (24/02) revelou estatísticas pouco encorajadoras para as assalariadas alemãs.
Em 2004, os homens recebiam, em média, 23% a mais do que as mulheres, pelo mesmo trabalho. Porém em 1999, o desnível no país ainda era ligeiramente inferior a 20%.
Tendência contrária no resto da UE
Nesse mesmo período de cinco anos, a diferença média da União Européia caiu um ponto percentual, para 15%. As menores discrepâncias foram registradas em Malta, Itália, Portugal, Eslovênia, Grécia e Polônia; as mais altas em Chipre, Eslováquia, Estônia, Reino Unido, Finlândia e Alemanha.
A Comissáo da UE concluiu que, apesar das tendências positivas de maior participação das mulheres no mercado de trabalho, ainda há muito o que fazer, no campo da igualdade dos sexos.
"O desnível salarial entre homens e mulheres mantém níveis inaceitavelmente altos, e não mostra sinais de que será compensado", consta de seu relatório. Assim, a comissão pretende adotar um road map, como ações concretas a serem adotadas pelos países-membros, com o fim de avançar na equiparação dos sexos.
Equilibrando vida e trabalho
Um dos pontos centrais serão as medidas de equilíbrio entre "trabalho e vida". Estas visam facilitar a mulheres e homens a conciliação entre vida pessoal e profissional, fornecendo melhor acesso a cuidados infantis, assim como oportunidades iguais, em caso de licença maternidade ou paternidade.
Entretanto, a porta-voz da comissão para assuntos sociais, Katharina von Schnurbein, argumentou que apenas medidas de política social não bastarão. Uma nova atitude mental – não contaminada pelos estereótipos de gêneros – terá que tornar-se mais difundida, antes que ocorram mudanças reais.
"Alguns estudos demonstram que, embora a UE possua uma melhor política social do que os Estados Unidos, há mais norte-americanas empregadas, e ocupando cargos mais altos", comentou a porta-voz.