ThyssenKrupp planeja vender usinas no Brasil e nos Estados Unidos
15 de maio de 2012A ThyssenKrupp, maior siderúrgica da Alemanha, pode vender suas novas usinas no Rio de Janeiro e no Alabama por um valor total de 7 bilhões de euros (9 bilhões de dólares), em decorrência de custos excessivos de orçamentos e atrasos nas unidades.
O presidente-executivo do grupo, Heinrich Hiesinger, informou na terça-feira (15/05) que o Conselho de Administração da empresa decidiu examinar todas as opções estratégicas para as usinas, incluindo parceria ou venda.
Ele acrescentou que a ThyssenKrupp pretende oferecer a usina brasileira, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), para a parceira Vale, que já detém 27% de participação na CSA. Ele também disse que falará com possíveis compradores na Ásia, embora não tenha dado mais detalhes.
Esperança deu lugar a prejuízos
Havia esperança de que as usinas no Brasil e nos EUA dessem à ThyssenKrupp um ponto de apoio estratégico na América do Norte, justamente quando setores de construção não residencial e a indústria automobilística começavam uma reviravolta.
Mas no início do ano passado a empresa advertiu que os preços elevados das matérias-primas e problemas ambientais encareceram em centenas de milhões de euros os custos iniciais das usinas. Os excessos levaram a ThyssenKrupp a amargar um prejuízo líquido de 1,8 bilhão de euros no ano passado.
Ambas as usinas provaram ser um investimento mais pesado do que o inicialmente planejado. Segundo Hiesinger, os empreendimentos teriam, juntos, demandado investimentos de cerca de 12 bilhões de euros.
Custos trabalhistas e valorização do real
A ThyssenKrupp não pretende, porém, vender seus negócios de aço na Europa, de acordo com o executivo.
Hiesinger destacou que a empresa pretendia produzir placas de aço no Brasil a um preço baixo para elas serem acabadas no Alabama com destino, por exemplo, à indústria automobilística.
No entanto, as condições não se mostraram propícias, segundo reconheceu o executivo. Entre os entraves, ele citou os crescentes custos trabalhistas no Brasil, o encarecimento do minério de ferro e a valorização do real. Também a economia dos EUA teria se desenvolvido de forma sensivelmente pior do que o esperado.
MD/rtr/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer