Teólogos criticam posição do Vaticano contra união gay
23 de março de 2021Mais de 230 professores de Teologia de língua alemã publicaram uma declaração nesta segunda-feira (22/03), criticando a posição do Vaticano de que padres não podem abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo.
Essa postura é "marcada por um ar paternalista de superioridade e discrimina os homossexuais e seus planos de vida", disseram.
Os acadêmicos da Alemanha, Áustria, Suíça e Holanda se distanciaram da posição do Vaticano: "Acreditamos que a vida e o amor de casais do mesmo sexo não valem menos para Deus do que a vida e o amor de qualquer outro casal."
Os signatários apontaram para a discrepância entre abençoar a pessoa, mas não a união, o que consideraram ter falta de "profundidade teológica" e "rigor argumentativo".
A Igreja Católica afirmou na semana passada sua política de receber homossexuaisna Igreja, mas declarou que os padres "não podem abençoar o pecado".
O documento, que contém uma explicação de duas páginas, em sete idiomas, foi aprovado pelo papa Francisco. Ele distingue entre a Igreja continuar aceitando e abençoando os gays e lésbicas, e dar o reconhecimento sacramental a tais suas uniões, que poderiam ser confundidas com o matrimônio. O Vaticano defende que os homossexuais sejam tratados com dignidade e respeito, mas o sexo gay seria "intrinsecamente não ordenado".
O anúncio da Congregação para a Doutrina da Fé da Igreja irritou muitos católicos de língua alemã, ansiosos para ver o Vaticano abraçar o que veem como uma abordagem mais progressiva à homossexualidade e às parcerias do mesmo sexo.
rw/lf (AP, dpa)