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Terrorismo é o maior medo dos alemães, diz estudo

Kay-Alexander Scholz ca
8 de setembro de 2017

Atentados e extremismo suscitam temores em relação à violência na Alemanha, aponta pesquisa. Tensões provocadas pela chegada de estrangeiros ao país e catástrofes naturais também estão entre as dez maiores preocupações.

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Policiais diante do Portão de Brandemburgo
Policiais diante do Portão de Brandemburgo: segurança e estabilidade são valores muito apreciados por alemãesFoto: picture-alliance/dpa/J.Kalaene

Em tempos de atentados na Europa e extremismo político, o terrorismo é o maior medo dos alemães. Um estudo divulgado nesta semana, intitulado Os medos dos Alemães, aponta que 71% dos entrevistados temem a ameça terrorista.

O percentual elevado é curioso se considerado que, estatisticamente, a probabilidade de morrer num acidente de automóvel é maior que a de ser vítima de um atentado terrorista. Segundo Manfred G. Schmidt, cientista político e coordenador do estudo, os alemães em geral se preocupam muito com temas ligados a política e sociedade, o que ajuda a explicar o temor em relação ao terrorismo. Segurança e estabilidade são valores fortemente apreciados na Alemanha, destaca.

No segundo e terceiro lugares, seguem-se outros receios advindos da violência. Dos entrevistados, 62% disseram temer o "extremismo político". Brigitte Römstedt, porta-voz da seguradora R+V, que financia o estudo pela 26ª vez, salientou que é o segundo valor maior alto desde 1992. Na pergunta, não se diferenciou entre o extremismo de esquerda e de direita. O terceiro lugar é ocupado pela "tensão devido ao afluxo de estrangeiros", que 61% disseram temer.

Infografik Ängste der Deutschen 2017 BRA

Para Schmidt, uma "descoberta notável" foi a avaliação de 2,4 mil entrevistados sobre a crise da dívida do euro, que aparece em quarto lugar na pesquisa (58%). Diferentemente de políticos, que garantem que o problema estaria sobre controle, o especialista afirmou que os cidadãos possuiriam uma visão realista sobre o perigo de, no final, os contribuintes terem que pagar quantias bilionárias pelas dívidas na União Europeia.

Entre os maiores medos dos alemães, também estão o de "substâncias nocivas em alimentos" (58%) e o de "desastres naturais" (56%). Como as entrevistas foram realizadas em julho de 2017, o atual escândalo de ovos contaminadospode ter influenciado as respostas. Schmidt afirma que o aumento generalizado da cobertura midiática sobre temas ambientais também pode ter elevado os temores sobre o assunto.

Preocupações econômicas em baixa

Quanto à situação econômica, uma proporção relativamente pequena (37%) dos alemães se diz preocupada com ela. O medo de perder o emprego é mais baixo do que nunca: 27%, tendo caído 17 pontos percentuais em relação ao ano anterior e ocupando agora a penúltima posição.

Segundo Schmidt, o resultado da pesquisa reflete a melhor situação econômica, acrescentando que a tendência relativa à queda da taxa de desemprego e ao aumento de vagas de trabalho é "bem forte" desde 2005.

O cientista político afirmou que, no leste da Alemanha, onde a taxa de desemprego é tradicionalmente mais alta do que no oeste, esse desenvolvimento também é perceptível.

Pela primeira vez, os autores da pesquisa abriram mão de forma geral de uma diferenciação entre leste e oeste, já que as diferenças seriam marginais, da mesma forma que a distinção entre os entrevistados do sexo masculino e feminino, justificaram.