Calamidade pública
6 de abril de 2009
A Itália Central foi atingida por um forte terremoto na madrugada desta segunda-feira (06/04). A catástrofe deixou mais de uma centena de mortos. Teme-se que o número registrado de vítimas ainda venha a aumentar, pois muitas pessoas ainda estão desaparecidas.
Quarteirões inteiros desabaram enquanto os moradores dormiam. Cerca de pelo menos 50 mil pessoas estão desabrigadas. Bombeiros e equipes de resgate vêm trabalhando desde a manhã de segunda-feira, na pressa de encontrar sobreviventes nos escombros. O premiê Silvio Berlusconi declarou estado de calamidade pública.
A cidade mais afetada foi Áquila, capital da região de Abruzzo, a 90 km a nordeste de Roma. Algumas alas do hospital municipal foram evacuadas por causa de perigo de desabamento. Apenas duas salas de operação ainda estavam funcionando, segundo comunicou o órgão regional de saúde.
O prefeito de Áquila, uma cidade de aproximadamente 70 mil habitantes, comunicou que diversos edifícios do centro medieval da cidade foram danificados. Isso inclui, segundo a agência de notícias ANSA, a catedral de Áquila, além de uma outra igreja cuja cúpula desabou. A localidade de Castelnuovo, também gravemente atingida, registrou pelo menos cinco mortos.
"Pior catástrofe desde o início do milênio"
Segundo dados de geólogos italianos, o terremoto – com epicentro a 110 quilômetros de Roma – atingiu 5,8 pontos na escala Richter; sismólogos norte-americanos registraram uma marca de 6,3. Os habitantes da região de Abruzzo, abalada por diversos tremores de terra nos últimos dias, foram arrancados do sono aproximadamente às 3hs30min da madrugada e abandonaram suas casas em pânico. O terremoto também se fez sentir na capital italiana.
"Esta é a pior catástrofe desde o início do milênio", descreveu Guido Bertolaso, diretor do Serviço de Proteção Civil. Os moradores e as equipes de resgate chegaram a cavar o solo com as próprias mãos em busca de soterrados. Posteriormente, a região foi abalada por tremores subsequentes.
Segundo avaliações iniciais, o terremoto causou imensos prejuízos materiais. O Serviço de Proteção Civil calcula que até 15 mil casas tenham sido danificadas. A meta das autoridades é encontrar abrigo para todos até a noite desta segunda-feira.
O governo italiano recebeu oferta de ajuda de diversas partes do mundo. A Comissão Europeia está em contato permanente com as autoridades italianas, embora Roma não tenha feito nenhum pedido formal nesse sentido. Provavelmente a UE poderá ajudar a Itália a organizar abrigos de emergência para os sem-teto.
Região exposta a terremotos
O Serviço de Proteção Civil comparou o recente terremoto com o ocorrido em 26 de setembro de 1997 na Úmbria. Na época, a catástrofe fez 10 vítimas fatais, destruiu edifícios medievais e danificou importantes patrimônios, como a famosa basílica de Assis.
O último terremoto que atingiu a Itália antes desse ocorreu em 31 de outubro de 2002, na região do Molise. O tremor de 5,4 pontos na escala Richter fez 28 mortos, entre os quais 27 crianças, em decorrência do desabamento de uma escola.
A Itália está exposta a grande risco de terremotos por se localizar justamente sobre o limite de duas placas tectônicas.
SM/ap/afp
Revisão: Soraia Vilela