Temer descarta compra da Embraer pela Boeing
22 de dezembro de 2017O presidente Michel Temer descartou nesta sexta-feira (22/12) a possibilidade de venda da Embraer e garantiu que a transferência de controle da fabricante de aviões para a americana Boeing não é cogitada.
"Toda parceria é bem-vinda. O que não está em cogitação é a transferência do controle. Injeção do capital estrangeiro será muito bem vinda, a dificuldade é a venda do controle", ressaltou Temer, durante um encontro com jornalistas, após a confirmação pelas empresas da negociação.
Ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann, o presidente lembrou ainda que o governo brasileiro possui na Embraer uma golden share, ação que lhe confere o poder de dar o aval sobre as decisões da empresa. Dessa maneira, o Brasil manteve seu poder de veto nas decisões da Embraer quando a privatizou, há mais de duas décadas.
O ministro da Defesa destacou que o governo vê com bons olhos o interesse de outras companhias em fazer parcerias com a Embraer, mas não cogita sua venda, pois a fabricante está no centro de um projeto de soberania nacional. A empresa está envolvida em projetos militares e no controle de um satélite brasileiro.
"Isso tudo é soberania e interesse nacional, nós não podemos negociar soberania e interesse nacional. No entendimento deste governo do presidente Temer, soberania é inegociável. Agora, todo o restante, que seja bom para a empresa, que ajude a aumentar as vendas, será bem-vindo", acrescentou Jungmann.
Em comunicado, a Boeing e a Embraer confirmaram nesta quinta-feira que estão negociando uma parceria. As fabricantes ressaltaram, porém, que não há ainda nenhuma garantia de um acordo.
A fusão entre Boeing e Embraer seria uma resposta da companhia americana ao anúncio, feito há dois meses, da união entre a Airbus e a canadense Bombardier, quarta maior fabricante de aeronaves do mundo e principal adversária da Embraer no mercado de aviões para voos regionais.
Com valor de mercado estimado em 3,7 bilhões de dólares, a Embraer é a terceira maior fabricantes de aviões do mundo e, ao lado da Bombardier, líder no mercado de jatos regionais. Os rumores sobre as negociações elevaram em mais de 20% os valores das ações da empresa na Bovespa.
CN/abr/afp/rtr/ots
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