Temer anuncia apoio à candidatura de Meirelles
22 de maio de 2018O presidente Michel Temer anunciou nesta terça-feira (22/05) em evento do MDB em Brasília que vai apoiar o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como o pré-candidato do partido à Presidência da República.
O anúncio também deixou claro que Temer desistiu de vez de lançar o seu próprio nome na corrida eleitoral – uma iniciativa que estava sendo levada pouco a sério por causa da persistente impopularidade do seu governo.
"Eu quero concluir dizendo que foi para isso, Meirelles, para essas palavras que foram ditas aqui, que nós chamamos você, e chamamos para ser presidente do Brasil", disse Temer durante o evento "Encontro com o Futuro", que marcou a divulgação de um documento com as diretrizes para um eventual governo liderado pelo MDB.
"Ficarei orgulhosíssimo se um dia, no plano pessoal e institucional, se um dia o Meirelles for proclamado pelo voto popular presidente da República Federativa do Brasil", disse Temer. "Queira Deus que você um dia seja o único candidato de centro no nosso país, que possa continuar o que nós começamos."
O presidente também fez diversos elogios ao seu ex-ministro da Fazenda, que também ocupou a presidência do Banco Central durante o governo Lula (2003-2010) . "Digo sem errar que o Meirelles é o melhor entre os melhores", disse Temer.
Meirelles se filiou ao MDB em abril e, por enquanto, não aparece com mais de 1% na maioria das pesquisas eleitorais, não muito diferente do que o próprio Temer obteve nos levantamentos. Meirelles, no entanto, tem uma rejeição menor do que o presidente.
Se a candidatura de Meirelles for aprovada na convenção do MDB, marcada para o final de julho, será a primeira vez em 24 anos que o partido lançará um candidato próprio à Presidência. Nas últimas décadas, a sigla, que sempre foi marcada pela divisão entre vários feudos, sempre optou por apoiar candidatos de outras legendas.
Como candidato, Meirelles deverá contar com a enorme estrutura do partido, que vai ter mais de 200 milhões de reais do fundo de campanha e quase um minuto e meio de tempo de TV, além da capilaridade em mais de mil municípios onde tem prefeitos e seis Estados em que comanda o governo.
Por outro lado, a associação com Temer – que tem apenas 6% de aprovação –, a falta de coesão no partido e o fato de seu nome ser desconhecido de grande parte do eleitorado devem criar dificuldades para a sua candidatura.
JPS/ots
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