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Tchau frio, oi calor

(ms)5 de janeiro de 2004

É cada vez maior o número de aposentados alemães que valorizam o bom tempo. Durante o frio e os dias escuros do inverno europeu, eles saem do país em busca de calor e sol em regiões distantes.

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Rumo ao tempo quente e ensolaradoFoto: AP

Mais de 13 milhões de alemães com idade superior a 60 anos saíram de férias por alguns dias ou meses em 2002, de acordo com dados divulgados por um instituto de pesquisa especializado em viagens. Em relação ao ano de 1993, houve um aumento de 20%.

Graças à boa infra-estrutura, a Espanha, as Ilhas Baleares e as Ilhas Canárias continuam na preferência dos aposentados durante o inverno. Muitos, entretanto, já se aventuram para países mais distantes, como a Turquia, Tailândia, Marrocos, Egito e Tunísia, destinos baratos e com temperaturas mais elevadas.

Os que têm um pouco mais de dinheiro no bolso costumam ser mais radicais. Desfrutando do status de aposentado, ou seja, sem trabalho que os obrigue a ficar na Alemanha, eles se ausentam do país durante todo o inverno para desfrutar durante meses de um clima ameno e ensolarado em terras longínguas.

A descontração da Flórida

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Aposentado correndo na praiaFoto: AP

Nenhum outro Estado americano reúne tantos aposentados como a ensolarada Flórida. É lá, inclusive, que está a maioria dos turistas alemães da terceira idade. Eles passam as férias em Miami, por exemplo, gostam das praias da região, acabam voltando e não raro decidem ficar por longas temporadas ou mesmo fixar residência. Somente em Fort Myers e Naples, no Golfo do México, vivem atualmente 90 mil alemães, parte dos quais são aposentados.

A Flórida abriga diversos clubes teuto-americanos, que promovem bailes e oferecem um cardápio típico alemão. Além disso, conta com lojas de produtos germânicos, o que contribui para que os turistas e imigrantes alemães se sintam em casa. Até uma edição anual da Oktoberfest faz parte do calendário de eventos desse Estado americano.

O calor do Brasil

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Tucano brasileiroFoto: presse

O Brasil também é um dos destinos que encantam os aposentados alemães, que preferem as regiões do Sul do país pelo clima e pela concentração de imigrantes e descendentes que preservam certos hábitos e costumes germânicos. Ute e Henrique G. vão todos os anos para a cidade de Curitiba. Em 2002 compraram um apartamento e desde então passam em média cinco meses por ano na capital do Paraná durante o verão brasileiro.

“Curitiba é uma cidade que deu certo socialmente”, elogia Henrique, que curte, entre outros eventos culturais, o festival internacional de música clássica que ocorre em janeiro em Curitiba. Além de familiares que moram por lá, o casal de aposentados tem contato com amigos alemães que também passam férias no Brasil.

O exotismo da África do Sul

O clima aqui é “simplesmente maravilhoso”, afirma Wolfgang K., que passa os meses de inverno em um condomínio de luxo nas proximidades da Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul. Sua esposa, Helga, 63 anos, admira o resplandecente céu azulado antes de entrar na piscina para seu mergulho matinal. “Isto aqui é de uma beleza insuperável.”

A primeira viagem do casal para a África do Sul ocorreu há dez anos e o fascínio pela natureza local foi imediato. Dois anos atrás, Helga e Wolfgang K. decidiram comprar uma casa com vista para o mar num condomínio fechado que possui até um campo de golfe particular. Eles não são os únicos. Lá vivem cerca de 300 alemães que passam uma longa temporada bem distante do frio europeu, entre os meses de novembro e abril.

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Senhoras tomando banho de solFoto: AP

O número de turistas alemães na África do Sul aumenta a cada ano. Centenas estão concentrados nas regiões costeiras entre a Cidade do Cabo e Port Elizabeth. Eles são, ao lado dos ingleses, os que mais visitam esse país africano.

O incremento do turismo impulsionou o crescimento econômico e cultural. Além da abertura de hotéis e lojas, que gerou novos empregos, casas históricas da região portuária foram renovadas, ruas pavimentadas e a segurança pública reforçada.

Apesar da distância geográfica, a Cidade do Cabo oferece produtos “made in Germany” e especiarias da culinária alemã. “Aqui tem de tudo e os alimentos são de primeira qualidade”, garante Helga que, como outros alemães, consegue ainda captar o sinal de uma emissora de TV alemã e ficar por dentro das notícias locais.

Quando a primavera desponta na Alemanha, esses turistas fazem as malas e retornam para casa. É quando o tempo na África do Sul começa a mudar. Não é à toa que o Cabo da Boa Esperança foi chamado por seus descobridores de Cabo da Tormenta.