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Suíços votam contra nova cota para imigrantes

30 de novembro de 2014

Com resultado esmagador, suíços rejeitam cota para imigrantes, que levaria o país a ter que fazer novos acordos com a União Europeia. No atual referendo, suíços também negaram uma tributação fixa para ricos.

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Foto: picture-alliance/dpa/Bieri

Três perguntas e três claros "nãos". Em referendo realizado neste domingo (30/11), o povo suíço votou contra uma maior limitação da imigração ao país. Além disso, os suíços também se mostraram contrários a um aumento dos impostos para os ricos e a uma maior reserva de ouro no Banco Central da Suíça (SNB). De acordo com resultados preliminares, todos os três projetos foram rejeitados categoricamente.

Em particular, a decisão da Suíça em relação ao fluxo de imigrantes era aguardada com ansiedade pelos europeus. Após a contagem dos votos da maioria dos 26 cantões, mais de 70% da população votou contra a iniciativa, entitulada "Impeça a superpopulação – proteja o ambiente natural", apresentada pela associação Ecopop.

A organização ambientalista queria implementar uma imigração líquida anual limitada a 0,2% da população residente no país. Este limite corresponderia a cerca de 16 mil imigrantes por ano – aproximadamente um quinto do fluxo atual. A argumentação dos ativistas é que uma superpopulação do país iria causar sérios danos à natureza local. A Suíça é um dos países mais densamente povoados da Europa.

Caso essa iniciativa da Ecopop tivesse tido sucesso no referendo deste domingo, a Suíça provavelmente teria que fazer novos acordos com a União Europeia (UE), já que Bruxelas insiste incondicionalmente no livre trânsito de pessoas.

Todos os principais partidos suíços, sindicatos e associações de empregadores se opuseram aos planos da Ecopop. Além de propaganda xenófoba, eles temiam um enfraquecimento da economia, que é dependente de trabalhadores estrangeiros. Atualmente, os estrangeiros perfazem quase um quarto da população total da Suíça.

A favor de tributação fixa para milionários

Com cerca de 60% dos votos, também foi rejeitada a iniciativa popular que pedia o fim dos privilégios fiscais para milionários. A ideia era pôr um fim à tributação fixa para estrangeiros ricos, que moram mas não trabalham na Suíça.

Symbolbild Referendum Goldreserven Schweiz am 30.11.2014
Suíços também rejeitaram tributação fixa para milionários e aumento das reservas de ouro no Banco CentralFoto: Reuters/R. Sprich

Com o resultado deste domingo, os mais de 5.700 milionários e bilionários estrangeiros que vivem no país alpino podem continuar a ser tributados sobre o seu custo de vida em vez de sua renda.

Atualmente, este grupo paga anualmente cerca de 830 milhões de euros de impostos ao fisco suíço – uma alíquota muito mais baixa do que aquela paga em média pelos contribuintes do país.

A iniciativa "Salve o ouro suíço" sofreu a terceira derrota do dia. Cerca de 78% dos eleitores rejeitaram a sugestão de que o SNB deve aumentar a proporção de suas reservas de ouro em seu ativo total de 7% para 20%, além de trazer todas as reservas guardadas no exterior para a Suíça. Em caso de vitória da iniciativa, iria ser muito mais difícil para o Banco Central da Suíça manter o curso do franco suíço baixo – algo que é de extrema importância para a economia de exportações.

pv/afp/dpa