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Suposto informante do EI vai a julgamento na Alemanha

4 de janeiro de 2017

Sírio de 19 anos é acusado de informar jihadistas sobre potenciais alvos em Berlim, além de atuar no recrutamento de combatentes, e teria lutado pelo "Estado Islâmico" na Síria.

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Suspeito será julgado num tribunal especial de segurança em Berlim, com 25 audiências até o mês de abril
Suspeito será julgado num tribunal especial de segurança em Berlim, com 25 audiências até o mês de abrilFoto: picture-alliance/dpa/F. Gentsch

Um jovem sírio de 19 anos vai a julgamento na Alemanha nesta quarta-feira (04/01), acusado de agir como informante do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), avaliando possíveis alvos de ataques em Berlim.

Este será o primeiro caso de julgamento de um militante supostamente enviado pelo EI à Europa durante o fluxo migratório de 2015, em contraste com os "lobos solitários" ou os indivíduos que se radicalizaram em outros lugares.

O jovem identificado como Shaas al-M. chegou à Alemanha em agosto de 2015, durante o auge da migração de refugiados que fugiam de conflitos na Síria, no Iraque e em outros países em crise.

Os promotores públicos alemães afirmam que o jovem lutou pelo EI na Síria durante dois anos, de 2013 a 2015, antes de chegar a solo alemão. Ele teria sido enviado pelos jihadistas para identificar possíveis alvos de ataques terroristas na capital alemã, incluindo o Portão de Brandemburgo e o edifício do Reichstag, a sede do parlamento.

O sírio está sob custódia das autoridades alemãs desde 22 de março. Ele é acusado de filiação a um grupo terrorista, crime com pena de até dez anos de prisão – e de violações da lei de armamentos militares. O jovem será julgado num tribunal especial de segurança em Berlim, com 25 audiências marcadas até abril.

O tribunal afirmou que o sírio é suspeito de ter participado de várias operações numa milícia do EI na Síria, portando um fuzil Kalashnikov e servindo comida aos jihadistas.

Desde sua chegada á Alemanha, Shaas al-M. teria mantido contatos próximos com militantes do EI, viajando diversas vezes à capital alemã para avaliar potenciais alvos de ataques e repassando as informações para seus contatos no grupo extremista, afirmou o tribunal.

Ele teria ainda trabalhado para "enviar ao menos uma pessoa para a Síria como combatente e ofereceu seus serviços como contato para potenciais perpetradores de ataques na Alemanha".

O julgamento ocorre poucas semanas após o ataque terrorista em Berlim, quando um extremista ligado ao EI avançou com um caminhão sobre um mercado de Natal, matando 12 pessoas.

RC/afp/dw