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Struck exige definição do status do Kosovo

(lk)20 de março de 2005

Antes da visita aos soldados alemães estacionados nos Bálcãs, ministro da Defesa queixa-se da falta de avanços políticos na região. General de reserva alemão concorda que não basta enviar mais tropas.

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Soldados alemães da Kfor patrulham diante da sede da Unmik no KosovoFoto: AP

Antes de partir para uma visita aos soldados da Bundeswehr – as Forças Armadas alemãs – no Kosovo e na Bósnia-Herzegóvina, nos dias 21 e 22 de março, o ministro da Defesa, Peter Struck, instou a comunidade internacional a uma definição quanto ao status do Kosovo. "Não dá para continuar adiando a decisão às custas dos soldados", disse o ministro à agência de notícias DPA. "Só é possível explicar aos soldados o sentido das missões nos Bálcãs se há também progressos políticos."

A Organização das Nações Unidas (ONU), que administra a província pertencente à Sérvia desde o fim da guerra civil há seis anos, quer que primeiro sejam alcançados certos padrões para depois negociar sobre o status do Kosovo: uma primeira avaliação está marcada para o verão europeu deste ano.

A latente insatisfação popular, no entanto, aumenta diante da situação econômica catastrófica e da falta de uma perspectiva política. A maioria da população quer a independência, o que Belgrado rejeita terminantemente. Além disso, o fracassado atentado contra o presidente Ibrahim Rugova, na terça-feira (15/03), e o fato de o ex-primeiro-ministro Ramush Haradinaj ter se entregado voluntariamente ao Tribunal de Haia, na semana passada, contribuíram para aumentar as tensões.

Conflito étnico completa um ano

Kosovo St. George Kathedrale Pristina
Catedral de São Jorge em Pristina, incendiada durante os tumultos de março de 2004Foto: AP

Faz um ano que irromperam entre a maioria albanesa da população e a minoria sérvia no Kosovo tumultos nos quais 19 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Inúmeros conventos e igrejas dos sérvios foram destruídos, sem que os soldados da Kfor (Força Internacional de Interposição e de Manutenção da Paz no Kosovo) ou os policiais da Unmik (Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo) se vissem em condição de intervir.

A comunidade internacional reagiu enviando mais soldados, melhorando seus equipamentos e seu treinamento. A Alemanha, por exemplo, acaba de reforçar seu contigente na região com mais 600 soldados. Ao todo, 3250 soldados da Bundeswehr compõem as tropas da Kfor – um contingente de 19 mil soldados sob o comando da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) –, e 1100 fazem parte da Eufor (Força da União Européia) na Bósnia.

Não basta aumentar número de soldados

A insatisfação de Struck encontra endosso nas críticas do general de reserva alemão Klaus Reinhardt, que comandou a Kfor em 1999, às medidas tomadas até agora. Ninguém se preocupou com as causas dos tumultos, ou seja, a insatisfação com a situação política e social na região, diz ele. Em sua opinião, os conflitos podem se repetir:

"Se a Otan retirasse os soldados da Kfor hoje, o pessoal certamente sairia de novo dando facadas uns nos outros. Como soldado, só posso tentar convencer os políticos, que geralmente só aparecem por um curto espaço de tempo e acompanhados de muitos jornalistas, para mostrar como são bons, e depois vão para casa de novo, de que só a ajuda militar não basta."

Na Bósnia, missão européia

EUFOR in Bosnien
União Européia ssumiu em dezembro de 2004 o comando das tropas na BósniaFoto: AP

Na Bósnia, a missão das forças internacionais já dura nove anos. Em dezembro, a União Européia assumiu o comando do contingente de 6500 soldados, até então em mãos da Otan. A situação naquela região é tida como calma e estável, no entanto ainda falta muito até que o aparato estatal funcione sem ajuda externa. Portanto, deve durar ainda algum tempo a missão dos soldados da Bundeswehr, a maior parte do tempo ignorada pela opinião pública, que mal toma conhecimento dela.