1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
CiênciaÍndia

Sonda indiana para estudar o Sol entra na órbita solar

6 de janeiro de 2024

Missão Aditya-L1 é a primeira de uma nação asiática a orbitar o Sol. Após quatro meses de viagem pelo espaço, sonda chega a seu destino, onde estudará camadas mais externas do astro.

https://p.dw.com/p/4avof
Lançamento de sonda indiana para estudar o Sol
Sonda foi lançada em setembro e levou quatro meses para chegar à órbita do SolFoto: R. Parthibhan/AP Photo/picture alliance

A missão de observação solar lançada pela Índia chegou a seu destino neste sábado (06/01), após uma viagem de quatro meses pelo espaço. Nomeada em homenagem a uma divindade do hinduísmo, a sonda Aditya-L1 vai orbitar o Sol para estudar suas camadas mais externas.

O observatório solar está estacionado no chamado ponto de Lagrange 1 (L1), onde as forças gravitacionais do Sol e da Terra se anulam, permitindo que ele permaneça em uma órbita estável.

Comemorando ​​mais uma conquista para o programa espacial indiano, o ministro da Ciência e Tecnologia do país, Jitendra Singh, disse que a missão da sonda será "descobrir os mistérios da conexão entre o Sol e a Terra".

"A Índia cria mais um marco histórico. [...] É um testemunho da dedicação incansável de nossos cientistas na realização de uma das missões espaciais mais complexas", escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em rede social. "Continuaremos a buscar novas fronteiras da ciência para o benefício da humanidade."

Qual é o objetivo da missão Aditya-L1?

O satélite Aditya-L1 foi lançado com sucesso em setembro de 2023, dez dias depois de a Índia se tornar a primeira nação do mundo a pousar no polo sul da Lua.

A missão solar, a primeira do tipo da agência espacial indiana, deverá registrar a atividade do Sol por cinco anos. Estudará especialmente as chamadas ejeções de massa coronal, um fenômeno periódico em que ocorrem enormes descargas de plasma e energia magnética da atmosfera do Sol.

Essas explosões são tão poderosas que podem atingir a Terra e potencialmente interromper as operações de satélites, meios de comunicação e estações elétricas.

A Aditya-L1 também poderá atuar como um sistema de alerta antecipado para tempestades solares, com uma vantagem de aproximadamente uma hora.

A sonda pesa pouco mais de 1,4 tonelada. Embora a agência espacial indiana não tenha divulgado o valor da missão, a imprensa local estima que ela tenha custado cerca de 48 milhões de dólares (aproximadamente R$ 237 milhões).

Primeira missão asiática a orbitar o Sol

Com isso, a Índia passa a fazer parte do seleto grupo de países que lançaram missões para estudar o Sol. A americana Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA) já enviaram várias sondas para o centro do Sistema Solar desde a década de 1960.

O Japão e a China também lançaram missões de observação solar, mas situadas na órbita da Terra, e não na do Sol. A Aditya-L1 é, portanto, a primeira missão de uma nação asiática a orbitar o astro.

O programa espacial da Índia, de orçamento comparativamente baixo, obteve várias conquistas nos últimos anos, incluindo tornar-se a primeira nação asiática a colocar uma nave em órbita ao redor de Marte em 2014.

Já em agosto de 2023, uma sonda indiana fez um pouso histórico no inexplorado polo sul da Lua. É para esta região que os Estados Unidos pretendem enviar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, no novo programa lunar Artemis.

Impulsionada pelo primeiro-ministro Modi, a Índia privatizou lançamentos espaciais e está querendo abrir o setor ao investimento estrangeiro, com o objetivo de quintuplicar sua participação no mercado global de lançamentos na próxima década.

ek (Reuters, AFP)