Sonda chinesa pousa com sucesso na Lua
1 de dezembro de 2020A sonda especial chinesa Chang'e 5 pousou com sucesso na superfície lunar nesta terça-feira (01/12), segundo informou a agência estatal de notícias Xinhua. O objetivo da missão é recolher material e depois regressar à Terra.
A Chang'e 5 deverá colocar vários módulos na superfície lunar para escavar cerca de 2 metros e coletar em torno de 2 kg de rochas e terra, em uma enorme planície da Lua chamada Oceanus Procellarum (Oceano de tempestades).
Entre os módulos está um veículo lunar que deverá perfurar o solo com um braço robótico e transferir o material e as amostras de rocha para outro veículo, que por sua vez se acoplará a um módulo orbital.
As amostras recolhidas deverão chegar à Terra numa cápsula, em meados de dezembro, na Mongólia. A nave, lançada no dia 24 de novembro, deve permanecer na Lua por 23 dias.
A missão deverá fazer da China o terceiro país capaz de recolher amostras de material lunar, depois de os Estados Unidos e a antiga União Soviética terem feito o mesmo nos anos 1970.
Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, a sonda deve iniciar a coleta de amostras nos próximos dois dias, antes de transferi-las para a cápsula que deverá transportar o material para a Terra.
A China no espaço
A missão, batizada em homenagem à deusa lunar chinesa Chang'e, está entre as mais ousadas da China desde que o país colocou um homem no espaço, pela primeira vez, em 2003, tornando-se a terceira nação a fazê-lo, depois dos EUA e da Rússia.
Em 2019, a sonda chinesa Chang'e 4 foi a primeira a pousar no lado relativamente inexplorado da Lua, que não é visível a partir da Terra. Ela continua a fornecer medições completas da exposição à radiação da superfície lunar, que são vitais para qualquer país que planeje enviar astronautas para a Lua.
Em julho passado, a China tornou-se um dos três países a lançar uma missão a Marte para buscar sinais de água no planeta vermelho. As autoridades chinesas indicaram que a nave Tianwen 1 está em curso para chegar a Marte por volta de fevereiro.
Embora os EUA tenham seguido de perto os êxitos da China no espaço, é improvável que colaborem com o país, numa altura de crescentes tensões e desconfiança política, rivalidade militar e acusações de usurpação de tecnologia.
RC/rtr/afp