Social-democratas confirmam dianteira em eleições alemãs
3 de setembro de 2021Uma nova pesquisa eleitoral na Alemanha confirmou a liderança do Partido Social-Democrata (SPD) sobre os conservadores da aliança entre União Democrata Cristã (CDU) e seu partido irmão da Baviera, a União Social Cristã (CSU), conquistando seu melhor desempenho em quatro anos.
Em sua última enquete da série mensal Deutschlandtrend, realizada para a emissora pública ARD, o instituto Infratest Dimap mostra os social-democratas em primeiro lugar nas intenções de voto para as eleições parlamentares alemãs, agendadas para 26 de setembro.
Eles obtêm 25% – sete pontos percentuais a mais que em agosto, seu melhor desempenho nesta série de pesquisas desde maio de 2017 –, enquanto os conservadores de CDU/CSU amargam uma baixa histórica de apenas 20%. A sondagem entrevistou 1.337 eleitores.
Na última eleição parlamentar, em 2017, o SPD obteve 20,5% dos votos, com a aliança CDU/CSU ficando com 32,9%.
O Partido Verde, que apresentava popularidade recorde em abril, também continuou sua tendência de queda, obtendo 16% – resultado mais fraco desde setembro de 2018. O Partido Liberal Democrata (FDP) está com 13%, seguido pelo nacionalista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). O partido A Esquerda permanece com popularidade inalterada, em 6%.
Uma pesquisa publicada no último domingo pelo jornal Bild am Sonntag também mostrou o SPD na liderança, com 24%, três pontos à frente da aliança CDU/CSU, com 21%.
Os últimos resultados abrem uma ampla gama de possibilidades de coalizão para a formação do governo após as eleições de 26 de setembro. Eles sugerem a necessidade de uma aliança com mais de dois partidos para a formação de uma maioria parlamentar.
Scholz na liderança
Os alemães não votam diretamente no chefe do governo, o chanceler federal. Após 16 anos no cargo, a chanceler federal Angela Merkel está deixando o cargo, embora ela ainda lidere as últimas pesquisas de popularidade.
Mas o vice-chanceler e ministro das Finanças Olaf Scholz, candidato do SPD à chefia de governo, não está muito atrás dela nas sondagens da série Deutschlandtrend.
Scholz é de longe o mais popular dos três candidatos a chanceler. Em comparação com seus concorrentes – Armin Laschet da CDU/CSU e Annalena Baerbock dos verdes – Scholz é visto como o mais simpático e confiável. Ele também é considerado como tendo as melhores habilidades de liderança.
A popularidade do candidato do SPD beneficiou diretamente o partido. Um quarto dos que disseram que votariam no SPD afirmou que o fariam principalmente por causa da credibilidade de Scholz e suas qualidades de liderança.
Mudanças climáticas como prioridade
Os eleitores confiam no SPD quando se trata de defender melhores salários adequados, aposentadorias, políticas familiares e creches. A aliança CDU/CSU, que forma uma única bancada parlamentar, continua conquistando grande parte dos eleitores na área de política econômica e no enfrentamento da crise de covid-19. Como antes, os verdes são considerados os detentores de maior competência em política ambiental e climática. E o FDP tem o setor digital como o assunto em que mais pontua.
Houve uma mudança significativa no que os eleitores alemães consideram os tópicos mais importantes para o próximo governo. Um terço disse que a proteção ambiental e as mudanças climáticas são as questões mais urgentes. Antes da última eleição geral em 2017, apenas um em cada dez colocara esses tópicos no topo da lista.
Agora, 20% dos entrevistados dizem que a imigração é o tópico mais importante – abaixo dos 47% registrados quatro anos atrás.
Outros tópicos importantes deste ano incluem o tratamento da pandemia, que 20% dos entrevistados colocam no topo de sua lista de prioridades políticas. Uma em cada seis pessoas prioriza a questão da injustiça social e uma em cada sete diz que a prioridade deve ser a garantia das aposentadorias.
Opções de coalizão
O partido com mais votos geralmente nomeia o chanceler e chefia um potencial governo de coalizão. Com o resultado eleitoral previsto pelas últimas pesquisas, uma série de coalizões de três vias seriam matematicamente possíveis.
O SPD poderia entrar em uma aliança com os verdes e o FDP, ou com a CDU/CSU e o FDP, ou com a CDU/CSU e os verdes. Mas eles também podem decidir por uma coalizão de esquerda, com os verdes e os socialistas do A Esquerda – algo que os conservadores vêm alertando há algum tempo.
Mas outras combinações também são possíveis. Mesmo que o SPD se torne o partido mais forte do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, o FDP e os verdes também poderiam optar por se aliar a CDU/CSU, deixando o SPD de fora. O que não parece possível no momento é uma coalizão de dois partidos, já que nenhuma combinação teria uma maioria sólida.
md/ek (DPA, ots)