Sobe para 65 número de mortos após temporal no litoral de SP
26 de fevereiro de 2023Subiu para 65 o número de mortos confirmados no litoral norte de São Paulo após as fortes chuvas ocorridas do fim de semana passado, segundo informações divulgadas neste domingo (26/02) pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros. Foram 64 óbitos em São Sebastião e um em Ubatuba.
Segundo boletim do governo de São Paulo, 55 corpos já foram identificados e liberados para sepultamento. São 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças.
O Corpo de Bombeiros prosseguem com os trabalhos neste domingo, no oitavo dia de busca pelas vítimas na Vila do Sahy, local onde houve deslizamento de terra e soterramento de casas e de pessoas.
A prefeitura de São Sebastião informou que há 1.095 pessoas abrigadas atualmente em escolas, creches, igrejas e espaços de organizações não governamentais (ONGs). Já o governo paulista informou que as chuvas deixaram 2.251 pessoas desalojadas e 1.815 desabrigadas em todo o litoral norte.
Buscas
Em boletim publicado na manhã deste sábado, a prefeitura de São Sebastião informou que as buscas estão concentradas no local mais provável para encontrar esses corpos, conforme a avaliação dos bombeiros.
"Entramos hoje no sétimo dia de operação após a ocorrência e, neste momento, temos uma única frente de trabalho. Até ontem tínhamos três frentes e hoje fechamos com um único ponto, onde, possivelmente, estão essas vítimas desaparecidas, que foram indicadas pelos familiares e pelos moradores próximos", disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Maycon Cristo, em entrevista neste sábado à TV Brasil.
Ele destaca que as buscas só terminam quando o último corpo for encontrado. "Só se encerra quando a gente tirar a última vítima que está sendo buscada, que teve o desaparecimento noticiado. Encerrado isso, ainda há muitos outros passos envolvendo prefeitura, governos, diversas secretarias e que não se encerra tão logo", acrescentou.
Ainda segundo o porta-voz, a maior dificuldade que eles encontram nas buscas é a logística. "Temos um volume muito grande de entulho, terra, lama e árvores que desceram o morro e precisamos movimentar tudo isso. Precisamos tirar do local onde possivelmente estão essas vítimas e levar para outro ponto. E, para isso, precisamos conseguir acessar o local com caminhões e maquinários. Esse trabalho de movimentação dessa massa é o que está trazendo mais dificuldade para a gente neste momento", explicou o capitão.
Visita de Alckmin e Tarcísio de Freitas
No sábado, o vice-presidente, Geraldo Alckmin visitou a região de São Sebastião acompanhado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e anunciou que o governo federal vai destinar R$ 10,5 bilhões para ações voltadas à habitação em todo o país visando tirar pessoas de áreas de risco, inclusive no litoral de São Paulo.
O governador anunciou a criação de uma gerência estadual para acompanhar os trabalhos de reconstrução em São Sebastião. Ele também visitou as 43 famílias que estão temporariamente instaladas em hotéis.
O governo do estado também informou que busca ativamente por terrenos seguros para iniciar a construção de casas para os afetados pelas chuvas.
Volta às aulas
Por causa da tragédia provocada pelas chuvas, a prefeitura de São Sebastião decidiu adiar para o dia 6 de março o início das aulas e demais atividades letivas da rede pública municipal. A alteração do calendário escolar se deve ao estado de calamidade pública que foi decretado pelo governo municipal em virtude das fortes chuvas que atingiram a cidade no último domingo. As escolas estão sendo utilizadas para receber as famílias que foram desalojadas e desabrigadas ou para ações voluntárias, como distribuição de alimentos.
Tragédia
As chuvas que atingiram os municípios do litoral norte paulista no carnaval, como a cidade de São Sebastião, resultaram em uma das maiores tragédias da história do estado. Foi o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, atingindo a marca de 682 milímetros em Bertioga e 626 milímetros em São Sebastião.
md (EBC, ots)