Protestos
1 de maio de 2010Como todos os anos na Alemanha, o Dia do Trabalho foi usado também em 2010 como oportunidade para protestos dos sindicatos. Encabeçadas pela Central Sindical Alemã (DGB), várias passeatas tiveram como lema um alerta contra uma possível "segunda crise, que não seria mais contornável como a última", num alerta contra "a falta de pudor" dos mercados financeiros.
Em toda a Alemanha, a DGB organizou 440 eventos de protesto neste 1° de maio. Durante a principal manifestação, em Essen, o presidente da central sindical, Michael Sommer, reclamou que, "apesar de muitas promessas e palavras amenas, os mercados financeiros ainda não estão regulados". Segundo ele, são necessárias outras medidas, menos perenes, para assegurar empregos no país. "Precisamos de um Estado social e de uma economia que sirva ao ser humano", afirmou o sindicalista.
Sommer criticou ainda o Partido Liberal (FDP), que faz parte da coalizão que governa o país. "Os planos fiscais dos liberais já são, em seu âmago, profundamente injustos. Somente os ricos podem se dar ao luxo de ter um Estado pobre", disse ele.
O presidente do sindicato IG-Metall, Berthold Huber, acusou, durante passeata em Frankfurt, políticos e empresários de continuarem a se comportar como antes da crise, como se nada tivesse acontecido. "O capitalismo do mercado financeiro enfraqueceu, mas isso parece não ter sido percebido ainda pelas elites econômicas e políticas", afirmou Huber.
Marchas neonazistas
Além das manifestações dos sindicatos, aconteceram no país diversas marchas de neonazistas em várias cidades alemãs. Em Berlim, milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra esses radicais de direita. No bairro de Prenzlauer Berg, os organizadores da manifestação antinazista contabilizaram 10 mil participantes, entre estes políticos de renome.
Tanto em Berlim quanto em Hamburgo, o 1° de Maio é tradicionalmente um dia "revolucionário" de protestos, que acabaram nos últimos anos em tumultos. Na madrugada deste sábado, porém, a polícia berlinense só registrou poucos apedrejamentos e lixeiras incendiadas. Em Hamburgo, ficaram feridos 17 policiais e um pedestre que passava pelo local, onde foram detidos nove manifestantes.
SV/afp/dpa/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer