Serviços alemães de e-mail continuam gratuitos
14 de agosto de 2002O fim da era dos e-mails gratuitos começou no dia 24 de abril de 2002, quando o portal americano Yahoo, sediado na Califórnia, passou a cobrar uma anuidade de US$ 29,95 aos seus usuários.
O serviço grátis não foi completamente abolido, mas ficou restrito à utilização por meio do navegador. Quem quiser acessar seus e-mails através de um aplicativo pop3, como Outlook ou Eudora, ou redirecioná-los para outra conta, terá agora de pagar.
Também o Hotmail, da Microsoft, um dos primeiros e maiores provedores de e-mails gratuitos, limitou seus serviços a partir do mês de julho. Os usuários que quiserem utilizar a opção pop3, para acessar e-mails de outras contas, pagarão uma anuidade de US$ 19,95 dólares.
Muitos analistas estimam que, daqui há algum tempo, acabarão todas as opções de e-mail gratuito. As firmas chegaram à conclusão que este serviço não compensa a longo prazo, da mesma forma que outros serviços gratuitos da rede, afirmou Torsten Schwarz, da Federação Alemã das Empresas de Internet (eco).
Portais alemães
- As mudanças na Yahoo americana não afetaram ainda os usuários de e-mail da yahoo.de, a filial alemã do portal californiano. A maioria dos portais alemães ainda não resolveram cobrar pelos serviços de correspondência eletrônica.Os grandes portais alemães, dentre eles o gmx.de e o web.de, estão tentando segurar seus clientes através de serviços especiais. Estes serviços oferecem, por exemplo, memórias mais amplas, isenção de publicidade, proteção contra vírus e mensagens SMS (small message system).
Mas a demanda por esses serviços extras ainda é muito restrita. Dos 12 milhões de clientes registrados no gmx.de, apenas 70 mil paga. No web.de, a porcentagem de usuários que pagam não passa de 1%.
Resistência dos intenautas
- Segundo uma pesquisa realizada pelo instituo EarsandEyes de Hamburgo, apenas 38% dos internautas admitem a hipótese de pagar por e-mails, caso não haja outra alternativa.Mas se depender da vontade de empresários do setor, o fim dos e-mails gratuitos já está selado. Trosten Schwarz, representante da eco, diz que os portais vão continuar pressionando "de leve" os clientes para acostumá-los a pagar. A pressão não pode ser muito forte, senão o cliente troca de portal, mas tem de ser forte o suficiente para que ele admita pagar pelo correio eletrônico.