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Serviço no exterior não reduz emprego

(as)15 de junho de 2005

Estudo da Bitkom e do Deutsche Bank mostra que a transferência de serviços para outros países não significa necessariamente redução da oferta de empregos para os alemães.

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Índia é o destino mais procurado para desenvolvimento de softwareFoto: AP

O mito de que a transferência de serviços para o exterior pelas empresas alemãs deteriora a oferta de empregos no país foi enfraquecido esta semana, após a Associação Alemã das Empresas de Informação, Telecomunicação e Novas Mídias (Bitkom) e o Deutsche Bank Research divulgarem estudo mostrando o contrário.

Transferir parte de suas necessidades de serviços para o exterior com o intuito de reduzir custos – o chamado offshoring – é uma prática crescente na Alemanha. A terceirização atinge principalmente as áreas de contabilidade, gerência de pessoal e de pesquisa e desenvolvimento, com destaque para a criação de software.

"As economias obtidas com o offshoring permitem aos empresários oferecer produtos e serviços mais baratos e ganhar mercado. Com isso, eles podem crescer e contratar novos empregados", explicou o vice-presidente da Bitkom, Jörg Menno Harms, durante a apresentação do relatório "Offshoring-Reports 2005".

Visão simplificada e falsa

Quase dois terços dos empresários ouvidos na consulta disseram que, graças à transferência de serviços para o exterior, pretendem contratar trabalhadores para suas empresas ou pelo menos manter estável o número de funcionários pelos próximos cinco anos. Apenas um terço quer cortar vagas. "As conseqüências do offshoring sobre a oferta de empregos costumam ser superestimadas", afirmou Harms. "Na opinião pública formou-se o conceito de que o offshoring é o mais puro eliminador de empregos. Essa visão simplificada das coisas é falsa."

O offshoring ainda não é muito desenvolvido na Alemanha, concluiu o estudo. Em 2005, empresas locais devem gastar cerca de 600 milhões de euros comprando serviços de outros países. Segundo Harms, nos Estados Unidos o mercado é pelo menos cem vezes maior. Mas os 570 pesquisados, entre os que compram e os que oferecem, esperam um crescimento acelerado nos próximos anos também na Alemanha. O principal motivo é a economia de custos. O estudo mostrou que, para um em cada três empresários, a prática significou economia de mais de 10%.

Países do leste europeu ganham força

A Índia continua sendo o principal país escolhido pelos empresários alemães para terceirizar serviços, com mais de 90% do mercado na Europa ocidental. Mas ofertas do Leste Europeu estão ganhando terreno com rapidez. "Empresários que aderiram ao offshoring têm grande interesse em parceiros da Polônia, da República Tcheca e da Hungria. Esses fornecedores estão mais próximos culturalmente e geograficamente do que os pioneiros do Oriente", afirmou o economista sênior do Deutsche Bank Research, Jürgen Schaaf.

O estudo da Bitkom e do Deutsche Bank Research é o mais amplo sobre offshoring já feito no mercado alemão. Em torno de 570 empresários, entre compradores e oferecedores de serviços, foram ouvidos. Destes, 60% comandam empresas com menos de cem empregados.