Separatistas dizem ter cercado Lysychansk; Ucrânia nega
2 de julho de 2022A cidade ucraniana de Lysychansk é palco de combates ferozes neste sábado (02/07). Segundo os separatistas apoiados pela Rússia, a cidade está cercada, embora o exército ucraniano negue e afirme que continua resistindo na cidade mais importante ainda sob controle de Kiev na bacia do Donbass (leste).
"Os combates são intensos em torno de Lysychansk. Felizmente, a cidade não está cercada e está sob o controle do exército ucraniano", disse o porta-voz da Guarda Nacional ucraniana, Ruslan Muzychuk.
Ele acrescentou que o objetivo das tropas russas continua sendo chegar às fronteiras administrativas das regiões de Donetsk e Lugansk, segundo a agência de notícias ucraniana "Ukrinform".
Já um representante da "milícia popular de Luhansk", apoiada pela Rússia, afirmou pouco antes que os separatistas e as tropas russas "ocuparam as últimas posições estratégicas, o que nos permite afirmar que a cidade de Lysychansk está completamente cercada".
Lysytchansk é a última grande cidade que ainda não está sob controle dos russos na região de Lugansk, uma das duas províncias do Donbass.
A Ucrânia também denunciou o que chamou de "terror russo deliberado" e voltou a pedir ao Ocidente o envio de sistemas antimísseis após novos ataques na região de Odessa.
Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 quilômetros de Odessa, no sul da Ucrânia.
"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.
Em resposta às acusações ucranianas, o Kremlin garantiu que "as forças armadas da Rússia não operam contra alvos civis" na Ucrânia, uma reação descrita como "desumana e cínica" por Berlim.
De acordo com Kiev, os ataques em Serhiivka feriram 38 pessoas, incluindo cinco crianças, duas delas ficaram em estado grave.
"Peço aos nossos parceiros que forneçam à Ucrânia sistemas de defesa antimísseis o mais rápido possível. Ajudem-nos a salvar vidas", disse o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kouleba, chamando a Rússia de "Estado terrorista".
De acordo com o exército ucraniano, os projéteis usados contra Serhiivka foram mísseis de cruzeiro soviéticos datados da Guerra Fria e projetados para atacar porta-aviões, do mesmo tipo daqueles que atingiram um shopping center em Kremenchuk (centro da Ucrânia) em plena luz do dia na segunda-feira matando pelo menos 19 pessoas.
jps (AFP, Reuters, EFE)